Mário Centeno afirma que uma subida das taxas de juro depois do verão terá um impacto económico significativo. O governador do Banco de Portugal alerta ainda que “pagaremos demasiado caro” se não se contiver agora margens de lucro e salários.
“Realmente, a subida das taxas de juro tem sido muito rápida, de 350 pontos base em pouco mais de seis meses”, afirma Mário Centeno em entrevista ao “El Economista”. Mas os “países, as famílias e empresas tinham uma almofada de poupança que permitiu que se adaptassem”.
No entanto, realça, “se continuarmos a subir as taxas de juro depois do verão, o impacto provavelmente será muito forte. A almofada de poupança está a diminuir, mas, com previsibilidade, famílias e empresas podem fazer as contas e, se a inflação for contida, serão evitadas novas subidas de juro”.
Por outro lado, “se continuarmos a cobrar preços com margens ou salários mais elevados agora, vamos pagar demasiado caro por isso no médio prazo. Não devemos ser míopes. É preciso tomar decisões contidas agora a favor das perspetivas para 2024 e 2025”, frisou ainda o governador do Banco de Portugal.
Mário Centeno afirmou, em abril, que as taxas de juro no crédito à habitação, que acompanham a subida dos juros do Banco Central Europeu (BCE), deveriam alcançar um pico no verão. No entanto, há outros responsáveis do banco central que estimam que este aumento vai continuar depois de agosto.
“Não estamos a fazer uma pausa [na subida da taxa de juro], isso é muito claro”, afirmou Christine Lagarde, presidente do BCE, no início deste mês, na conferência de imprensa para apresentar as decisões do banco central, que decidiu subir os juros noutros 25 pontos base.
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