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Famílias compram casas mais baratas e pedem menos dinheiro emprestado à banca

O relatório trimestral do idealista/crédito à habitação em Portugal conclui ainda que o valor contratualizado no empréstimo da casa desceu e que o montante de entrada no empréstimo da casa subiu.
10 Julho 2023, 12h10

As famílias continuam a comprar casa em Portugal, mas fazem-no de forma diferente, revela relatório do idealista/crédito à habitação.

O Idealista conclui que os particulares compram casas mais baratas e pedem menos capital emprestado aos bancos.

Os portugueses compram casas mais baratas, pois o preço médio de compra de casa no segundo trimestre de 2023 foi de 208.661 euros, menos 15% face ao mesmo período de 2022 (244.646 euros). A compra de primeira habitação correspondeu ao valor médio de 219.607 euros, 5,9% inferior ao registado no mesmo período de 2022.

Por outro lado, o valor contratualizado no empréstimo da casa desceu. O valor médio dos créditos habitação formalizados foi de 140.138 euros no segundo semestre deste ano, um valor 21% inferior ao registado um ano antes. No caso da aquisição da primeira habitação o valor médio financiado foi de 148.283 euros (desceu 17,8% num ano).

O site especializado no mercado imobiliário adianta que as famílias também começam a optar por taxa mista (fixa e variável) nos novos contratos, quando até à subida abrupta dos juros ganhava terreno a taxa variável.

Os créditos habitação contratados a taxa mista – que combina uma taxa de juro fixa durante os primeiros anos e uma taxa variável para o restante prazo  – apresentou um “crescimento significativo durante 2022” e alcançou 25% do total de créditos habitação formalizados no segundo trimestre de 2023 (um ano antes foi de apenas 12%).

Embora as taxas variáveis e indexadas à Euribor continuem a ser as mais contratadas, têm vindo a perder peso no crédito total (representaram 61% no segundo trimestre de 2023, contra 72% um ano antes).

O relatório trimestral do idealista/crédito à habitação em Portugal conclui ainda que o valor contratualizado no empréstimo da casa desceu e que o montante de entrada no empréstimo da casa subiu.

“O montante de entrada no empréstimo da casa subiu no segundo semestre de 2023”, diz o Idealista que acrescenta que se verificou que a percentagem de financiamentos entre 80% e 90% do valor da casa desceu face ao mesmo período do ano passado (está em 36% enquanto o ano passado era de quase 48%). Em contraponto, as faixas de financiamento mais baixas têm ganhado terreno, o que pressupõe que as famílias avançam com mais capital de entrada para comprar casa.

“O atual contexto macroeconómico e financeiro tem arrefecido o negócio das casas em Portugal – é certo. O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que se venderam menos casas entre janeiro e março de 2023 do que no período homólogo (-20,8%). Mas, ainda assim, foram realizadas 34.493 transações de habitações neste período, bem mais do que as registadas antes de 2017”, lê-se no comunicado.

O que se mantém estável são os tipos de créditos habitação mais procurados pelas famílias. A aquisição da primeira habitação continua a representar a maioria do montante contratualizado (54,5%) no segundo trimestre de 2023, muito embora o financiamento dado a não residentes tenha representado 23,4% dos casos, a compra de segunda habitação 11,7% e as transferências 7,8%, refere o estudo.

Além disso continua a assistir-se a uma predominância da concessão de créditos habitação por montantes inferiores a 200 mil euros (85,7% do total). Só 9,1% dos contratos intermediados pelo idealista/créditohabitação estão na faixa entre 200 mil e 300 mil euros e 5,2% dos documentos entre 300 mil e 400 mil euros.

Recorde-se que em abril do ano passado entrou em vigor uma medida macroprudencial do Banco de Portugal que recomenda novos prazos de concessão de crédito consoante as idades, com o propósito de convergir a maturidade média dos novos contratos de crédito habitação para 30 anos.

Tendo em conta o universo de créditos habitação contratualizados por via do idealista/créditohabitação no segundo trimestre de 2023,  81,7% dos contratos foram assinados por mutuários entre os 25 e os 45 anos, mais do que no mesmo período do ano passado (quando foi cerca de 60%). Em resultado, a idade média dos compradores baixou de 40 anos para 38 anos em apenas um ano.

 

 

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