O Millennium BCP registou um lucro de 423,2 milhões de euros no primeiro semestre, seis vezes mais do que os resultados reexpressos do período homólogo do ano anterior.
O resultado líquido da atividade em Portugal é de 353,7 milhões de euros no primeiro semestre de 2023.
O banco destaca o aumento do resultado operacional core do Grupo em 40,1% para 1.199,9 milhões de euros, suportado no aumento de 28,3% dos proveitos core e na “gestão rigorosa” dos custos operacionais, que aumentaram 8,8% face ao período homólogo de 2022.
O grupo BCP revela que os números consolidados incorporam os encargos de 399,12 milhões de euros do Bank Millennium associados à carteira de créditos hipotecários em francos suíços, dos quais as provisões de 331,63 milhões de euros que incluem a aplicação de pressupostos mais conservadores ao modelo de provisionamento decorrentes da decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia.
Os resultados beneficiaram de 127,0 milhões de euros, registados no trimestre anterior, relacionados com a venda de 80% da participação na Millennium Financial Services no âmbito da parceria estratégica na área de bancassurance.
A receita da margem financeira do Grupo BCP subiu 39,5% para 1.374,4 milhões de euros. Já as comissões deram menos 0,1% ao produto bancário, somando 387,0 milhões.
Na atividade do doméstica o BCP revela que as comissões subiram 1,1% para 280,2 milhões de euros. Já a margem financeira em Portugal somou 707,5 milhões de euros a subir +64,3% face a Junho do ano anterior.
A inflação toca a todos e o BCP não é exceção. Os custos operacionais agravaram +8,8% para 561,5 milhões, sendo que o rácio da eficiência é de 32%, o que traduz uma melhoria face aos 40% um ano antes. Em Portugal os custos subiram +4,4% para 306,8 milhões de euros.
As imparidades são elevadas, somam 548,5 milhões mas caem 0,5% face a Junho de 2022. Esta valor inclui 331,6 milhões de provisões para riscos legais em créditos hipotecários denominados em francos suíços (Polónia). As imparidades para crédito totalizaram 145,5 milhões abaixo dos 179,4 milhões do ano anterior. O custo do risco fixou-se em 50 pontos base.
Em Portugal as imparidades somam 154,7 milhões, das quais 106,0 milhões para crédito e o custo do risco fixou-se em 53 pb.
Ainda ao nível da qualidade da carteira de crédito, num ano o crédito improdutivo (Non-Performing Exposure) caiu 361 milhões de euros para 2,14 mil milhões, já em Portugal a redução do malparado é de 373 milhões para 1,26 mil milhões (-22,8%).
O BCP reportou ainda um reforço significativo dos rácios de capital. O rácio de capital CET1 é de 14,0% e o rácio de capital total de 18,3%, correspondendo respetivamente a um aumento de 268 pb e 304 pb face ao período homólogo, evidenciando a forte capacidade de geração orgânica de capital.
O banco diz que o rácio tem “um buffer de 4,3 pp entre o rácio de capital total e os requisitos SREP não considerando as reservas de conservação e O-SII, e de 7,8 pp considerando-as”.
O banco tem intenção de distribuir dividendos em 2024, dos resultados do ano 2023, revelou Miguel Maya, CEO do banco, na conferência de imprensa.
O BCP fala “em buffers sobre os quais existem limitações à distribuição de resultados: 460pb CET1, 382pb para T1 e 434pb para capital total”. Isto é, o BCP não tem restrições regulamentares à distribuição de dividendos.
Os indicadores de liquidez estão muito acima dos requisitos regulamentares (LCR: 214%; NSFR: 155% e LtD: 75%).
No balanço, o crédito a clientes líquido caiu -1,2% para 56.336 milhões de euros. Mas o crédito a particulares aumenta 1,1%, suportado no crescimento do crédito à habitação e pessoal.
O crédito performing caiu -0,8% para 38,6 mil milhões de euros.
O BCP destaca o crédito empresarial com garantias BEI/FEI e mútuas que representa cerca de 30% da carteira de empresas.
Miguel Maya, questionado sobre a redução da carteira de crédito, disse que o desígnio dos bancos centrais na política de aperto monetário em curso é arrefecer a economia e que isso se traduz numa quebra da procura de crédito, mas que o CEO do BCP vê como temporária.
Já os recursos de clientes somam 92.453, subindo 1,5 % (os depósitos totalizaram 75.355 milhões, a subirem 3,0%).
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