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“A Associação Mutualista vai voltar a ter resultados positivos este ano”

Tomás Correia diz que este ano a Associação vai ter lucros e vai começar a libertar imparidades da Caixa Económica, o que ajuda os lucros e os capitais próprios. Recusa qualquer relação privilegiada com o BES e admite escolher em breve o ‘Chairman’ do banco.
21 Setembro 2018, 08h03

Concorda com o ex-ministro das Finanças Teixeira dos Santos, quando diz que o BES foi um efeito retardado da crise financeira?

Tenho dúvidas que se possa fazer assim afirmações tão categóricas. O caso BES tem muito a ver com a crise financeira e económica, com alguns erros de percurso, e com o mau funcionamento dos mercados. Mas é ainda muito cedo para dizer ao certo qual foi a causa que o despoletou. Parece-me que resultou de um conjunto de factores e circunstâncias absolutamente extraordinárias. Mas a crise em Portugal começou muito antes da crise subprime. Os números do nosso desempenho a partir do início do ano 2000, não nos dão motivo de orgulho. O crescimento foi muito débil e fez-se à custa do crescimento da dívida e assistimos a um desfasamento entre o país e a Europa, que nos veio a criar as dificuldades.

Mas a dívida só sobe para níveis incomportáveis já com o Governo socialista de José Sócrates. Não acha que também teve a ver com o aumento salarial da função pública de 2,9% em 2009, quando o PS ganha o segundo mandato?

Não me parece que tenha sido esse o problema. Houve uma iniciativa da Europa no sentido de os Governos darem apoio ao tecido empresarial. Hoje, pode dizer-se que só o deviam ter feito os países com finanças sólidas, mas o Governo de então decidiu apoiar as empresas, à custa do crescimento da dívida. A forma como o Governo através dos institutos respectivos colocou dinheiro na economia, com o acompanhamento das garantias mútuas, acabou por ser feito à custa da dívida pública.

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