Octávio Simões vive nos Estados Unidos há 46 anos. Natural de Lisboa, foi estudar para uma universidade norte-americana e fez toda a sua carreira de décadas no outro lado do Atlântico na área da energia. Assumiu a liderança da Tellurian há três anos, empresa de produção de gás natural. Em entrevista ao JE – durante o EurAfrican Forum, organizado pelo Conselho da Diáspora Portuguesa, que decorreu em Cascais em julho – analisa o fim da dependência europeia do gás russo, mas deixa um sério aviso: o problema do gás na Europa ainda não foi ultrapassado e só estará resolvido em 2027, quando arrancarem novos contratos de gás.
A Europa sobreviveu ao primeiro inverno sem o gás russo. O inverno foi mais ameno, o consumo sofreu uma queda. O que esperar para o próximo inverno? A Europa vai conseguir sobreviver novamente?
Não há fornecimento novo de gás natural até 2027, ou seja, a Europa vai continuar a ter o mesmo problema no inverno. São mais quatro invernos em que não há solução. Se o inverno é normal, o problema vai ser enorme. Rezar por um inverno mais quente não é uma política energética aceitável. Aliás, estamos a estamos a contar com as alterações climáticas para resolver o problema. A ironia disto é que estamos a dizer que se o aquecimento global continuar, vamos passar bem o inverno.No inverno passado, 15% da indústria na Europa desapareceu. Muitos deslocaram-se para os Estados Unidos, para fazerem adubos. O nível de subsídios que a Europa fez de 500 biliões de euros para que as pessoas não pagassem tanto como esperavam pelas contas, é quase metade da taxa anual de impostos que a Europa coleta. A Europa não pode continuar a fazer isso mais tempo.
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