Numa semana marcada pelo debate das medidas fiscais do PSD e pela apresentação dos apoios à estabilização do pagamento das prestações do crédito à habitação, por parte do Governo, tivemos uma moção de censura do Chega que não fez nem cócegas ao Executivo. O objectivo era claro: embaraçar o PSD, pois o verdadeiro inimigo de André Ventura são os sociais-democratas. É naquele laranjal que o seu partido pode crescer para alcançar o desígnio de se tornar a segunda força política em Portugal.
O que se passou na Assembleia da República reforçou António Costa como um factor de estabilidade e credibilidade, assistiu de cadeirinha à luta de galos à direita e viu como o PSD faz uma triste figura comandado por um homem sério mas sem jeito para liderar a sua bancada, Miranda Sarmento, que em todos os debates é sovado pelo primeiro-ministro.
O que ajuda a cimentar o que as sondagens demonstram que, apesar de ter um elevado índice de rejeição do eleitorado moderado, André Ventura é olhado como o verdadeiro líder da oposição à frente de Luís Montenegro. Mas o que se viu nesse debate entre PSD, Chega e IL foi o título de um livro do Asterix: “A Zaragata”. Andaram à bulha verbal, não se entendem, o que evidencia que a direita continua à espera de um líder federador que não se chame D. Sebastião e apareça mesmo um dia destes.
O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.