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Novo cabo submarino da Google vai ligar Portugal, Bermudas e Estados Unidos

O sistema de telecomunicações transatlântico chama-se “Nuvem” e deverá estar pronto em 2026. Para o ministro João Galamba, este é um investimento “muito importante” e que “incorpora a visão do Governo” para os sectores das telecomunicações e dos dados.
25 Setembro 2023, 11h00

As redes de comunicações debaixo do mar continuam a aumentar. A Google anunciou esta segunda-feira um novo sistema de cabos submarinos transatlânticos para ligar Portugal, as Bermudas e os Estados Unidos da América (EUA) designado “Nuvem” (nome original em português).

O cabo submarino agora apresentado deverá estar operacional em 2026 e pretende-se que traga melhorias à resiliência da rede no Atlântico e ajude a dar resposta à, cada vez maior, procura por serviços digitais, porque infraestruturas desta natureza tendem a gerar mais acessibilidade à Internet e menor latência no tráfego de dados, funcionando como uma alternativa aos satélites.

O ministro das Infraestruturas considera que este investimento, cujo valor não foi tornado público, é “muito importante” e “incorpora a visão do Governo” português nos sectores das telecomunicações e dos dados: “estabelecer o nosso país como um centro de conectividade para a Europa, promovendo conexões fiáveis com outros continentes”.

“Apenas foi possível graças à grande articulação e diálogo entre o ministério, as entidades portuguesas e a Google”, afirmou João Galamba. O governante acrescenta ainda que o objetivo do Executivo liderado por António Costa “é transformar estas autoestradas de informação em catalisadores que atraiam investimentos suplementares em sectores tecnológicos de ponta impulsionando o país para uma transformação digital eficaz”.

À boleia da sua localização geográfica e da aposta na economia digital, Portugal tornou-se um porto de cabos submarinos, onde o Nuvem agora se junta a um portefólio também composto pelo recente “Equiano“, que liga o país ao Togo, Nigéria, Namíbia, África do Sul e ilha de Santa Helena, no meio do Atlântico Sul.

Já o CEO da Agência de Desenvolvimento de Negócios das Bermudas (BDA) saudou este anúncio da Google que faz das Bermudas o “lar” de um novo cabo transatlântico e abre “caminho para se tornar num hub digital do Atlântico”.

“A BDA defende há muito tempo que a centralidade das Bermudas a torna num ponto ideal de chegada e de interconexão para cabos submarinos entre as Américas, a Europa e a África e estamos muito entusiasmados por estes esforços terem dado frutos”, admitiu David Hart, em comunicado divulgado aos meios de comunicação social.

As Bermudas, que ganharam o primeiro cabo que as liga à Europa, têm-se empenhado nesta estratégia e até aprovaram uma legislação para criar corredores de cabos e simplificar o licenciamento neste território insular britânico.

“Com cerca de 95% das comunicações mundiais a serem transportadas em redes de cabos submarinos, o papel das Bermudas enquanto switch internacional de tráfego de dados irá proporcionar maior resiliência e redundância da rede aos países de ambos os lados do Atlântico ao longo das próximas décadas”, diz ainda o CEO da BDA.

Nos EUA, o Nuvem terá a Carolina do Sul como ponto de amarração, onde também o “Firmina” – que irá ligar a maior economia do mundo ao Uruguai, à Argentina e ao Brasil – chegou no início deste ano.

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