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Itália afunda bolsas. PSI 20 fecha no ‘vermelho’ com a BCP a cair 4%

Se na Europa, os mercados estão a reagir negativamente às notícias políticas, o contrário acontece no Brasil. Após as eleições presidenciais realizadas este domingo, a bolsa brasileira abriu em máximos de dois anos.
Benoit Tessier / Reuters
8 Outubro 2018, 16h47

O orçamento do Estado de Itália voltou a estar em destaque no início desta semana, gerando stress nas bolsas europeias e a castigar particularmente o setor da banca e os juros das dívidas dos países periféricos. Portugal não foi exceção e o PSI 20 fechou a sessão a perder 1,55% para 5.122,99 pontos e apenas duas das 18 cotadas no ‘verde’.

“O mercado nacional encerrou em baixa, tal como a maioria das praças europeias. Os receios em relação à subida das yields e à situação italiana sobrepuseram-se ao impacto da subida dos ativos brasileiros”, explicaram os analistas do BPI. “O BCP foi condicionado pelo comportamento dos pares europeus”, referiram.

O banco liderado por Miguel Maya caiu 4,11% para 0,224 euros por ação, numa sessão especialmente complicada para o setor. O índice pan-europeu Euro Stoxx Banks perdeu 1,54% e o italiano FTSE Italia Banche 3,71%.

“Os bancos voltaram a ser particularmente condicionados pela situação atual de Itália”, sublinhou o BPI. “De facto, apesar da postura mais conciliante da semana passada, o fim-de-semana foi marcado por duras críticas ao projeto europeu dos líderes dos dois partidos que formam o governo”.

No PSI 20, destacaram-se ainda a queda das ações da Mota-Engil, que fechou com um tombo de 4,88% para 1,870 euros por ação e da Altri, que recuou 2,04% a corrigir após a forte valorização na semana passada.

A energia está a ser condicionada pelo alívio nos preços do petróleo, em mercado internacional. O crude WTI cai 0,46% em Nova Iorque para 74 dólares por barril e o brent negociado em Londres perde 0,80% para 83,49 dólares por barril. A Galp caiu 2,22% para 16,325 euros por ação e a EDP Renováveis deslizou 0,06% para 8,520 euros. A EDP encerrou com uma subida de 0,06% para 3,187 euros.

Itália volta atrás sobre o défice e juros disparam

A União Europeia terá rejeitado a meta do défice inscrito no Orçamento do Estado italiano e o vice-primeiro-ministro e líder do Movimento 5 Estrelas Luig Di Maio deu sinais de não quer ceder às exigências europeias.

Este domingo, em entrevista ao jornal “Corriere della Sera”, o vice-primeiro-ministro e líder do Movimento 5 Estrelas, Luigi Di Maio, confirmou que em 2019 o défice orçamental da Itália será de 2,4%, um valor bem acima dos 0,8% inscritos no Programa de Estabilidade enviado pelo anterior executivo em Abril para Bruxelas.

A reação das bolsas europeias foi generalizada, sendo que o índice pan-europeu Euro Stoxx 50 caiu 1,07%. No entanto, a Bolsa de Lisboa foi a que mais caiu a seguir à de Milão, que registou um tombo de 2,41%. O alemão DAX perdeu 1,38%, o francês CAC 40 caiu 1,10%, o espanhol IBEX 35 recuou 0,63% e o britânico FTSE 100 desvalorizou 1,13%.

No mercado de dívida, os juros das Obrigações de Itália subiram 14 pontos base para 3,564% e chegaram a tocar máximos de quatro anos, contagiando os países do sul da Europa. Na Grécia, a yield da dívida avançou 13 pontos base para 4,644% e, em Espanha, 1,7 pontos para 1,594%. A yield das Obrigações portugueses subiram 2,6 pontos base para 1,968%.

Se na Europa, os mercados estão a reagir negativamente às notícias políticas, o contrário acontece no Brasil. Após as eleições presidenciais realizadas este domingo, a bolsa brasileira abriu em máximos de dois anos. Na altura do fecho dos mercados europeus, a Bovespa subia 3,5% para 85.264,84 pontos.

[Notícia atualizada às 17h05]

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