Luís Montenegro teve na entrevista à TVI/CNN Portugal o seu melhor momento enquanto líder do PSD. Teve a oportunidade de explicar claramente as suas propostas nos temas que mais afectam os portugueses: impostos, saúde, educação, habitação, esclarecendo também definitivamente o seu posicionamento face ao Chega e não admitindo outro cenário que não a vitória nas europeias.

Disse até que se iria recandidatar à liderança do partido no congresso a celebrar logo após essa eleição. Mas há um problema: Luís Montenegro sabe perfeitamente que sem uma vitória clara o seu prazo de validade pode expirar num ápice. O PSD, a nível nacional, não ganha nada desde 2015 e, sem vitórias, um partido de poder fica impaciente e começa a afiar as facas.

Na semana passada vimos Carlos Moedas a brilhar no discurso do 5 de outubro, puxando até para o seu trabalho em Lisboa um caminho de moderação que pode ser uma carta de trunfo para o País. Mas logo os próximos de Pedro Passos Coelho colocaram no “Expresso” uma frase que lhe atribuíram: “estou na reserva”.

Ora, fica difícil comandar um partido se os pesos pesados que lhe podem suceder começam nesta marcação cerrada a nove meses das europeias. Montenegro tem um caminho das pedras, duro, a percorrer. Não é fácil liderar a oposição.

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.