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Menos de um terço das empresas prevê orçamentos maiores para aumentos salariais

Inquérito da Willis Towers Watson constatou também que o salário dos portugueses tem vindo a cair – embora em linha com o que se passa no resto da Europa – e está com um crescimento real negativo de -1,2% em 2023.
7 Novembro 2023, 10h58

As subidas nos salários que se verificaram este ano nalgumas empresas, sobretudo devido à inflação, vão abrandar. Apesar de a maioria das organizações (68%) ter praticado aumentos nos ordenados maiores do que o orçamentado este ano, em 2024 a situação deverá alterar-se para 28%

A conclusão é de um estudo da empresa britânica de serviços de seguros Willis Towers Watson (WTW), o General Industry Survey de 2023, que constatou também que o salário dos portugueses tem vindo a cair – embora em linha com o que se passa no resto da Europa – e está com um crescimento real negativo de -1,2% em 2023, o que demonstra uma queda no poder de compra da população nacional.

“A pressão inflacionista é o principal fator que influencia as alterações nos orçamentos salariais, citada por mais de 70% dos empregadores portugueses, seguida pelas preocupações com um mercado de trabalho mais restrito (46,7%). Outros fatores que levam a alterações nos orçamentos salariais incluem a previsão de recessão ou de resultados financeiros mais fracos (22,2%)”, lê-se no relatório da WTW.

Segundo estes consultores e corretores de seguros, ao analisar o movimento salarial nos dois últimos anos dos colaboradores inquiridos, verifica-se uma baixa percentagem com promoção ao nível da evolução de carreira. Aliás, só 2% dos executivos foram promovidos e, mesmo assim, sem aumento salarial.

“Já 9% dos colaboradores em carreiras de gestão e profissionais foram promovidos, mas apenas 16% deles, viram o seu salário aumentar. Em funções de suporte técnico e administrativo houve promoções para 8% dos colaboradores, dos quais 20% receberam aumento salarial”, detalham os especialistas da WTW.

À semelhança de outras análises, este inquérito concluiu que são os trabalhadores do sector farmacêutico e da saúde que maior evolução na carreira têm. Na área da tecnologia, apesar de haver menos funcionários a serem promovidos, os aumentos salariais abrangeram mais de um terço das pessoas, de acordo com este trabalho do departamento de Rewards Data Intelligence, da WTW que envolveu entrevistas a cerca de 330 empresas portuguesas e dados de remuneração de 56.350 colaboradores.

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