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G7 assegura apoio à Ucrânia apesar da guerra em Israel

O apoio do G7 à Ucrânia não será afetado pela intensificação do conflito no Médio Oriente, disse o Japão, país que sedia um encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros do grupo.
Tóquio, Japão
7 Novembro 2023, 20h47

As nações mais ricas do mundo, reunidas no G7 – Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos (e a União Europeia como observadora), reúnem em Tóquio, capital do Japão, estas terça e quarta-feira para discutir questões como a guerra da Ucrânia e a crise Israel-Gaza.

A primeira declaração, já esperada, aponta para que os países envolvidos vão continuar a manter o seu apoio à Ucrânia na guerra contra a Rússia, apesar de o ambiente no Médio Oriente, em Israel, estar a tomar proporções cada vez mais amplas. O grupo quer assim manter o foco na guerra na Ucrânia – que tem perdido tração tanto em termos de opinião pública como de tema cimeiro das preocupações de vários países.

“O nosso compromisso de continuar com sanções rígidas contra a Rússia e forte apoio à Ucrânia não vacilou, mesmo com a intensificação da crise no Oriente Médio”, disse a ministra das Relações Exteriores do Japão, Yoko Kamikawa, citada pelas agências internacionais.

As mesmas fontes indicam que numa reunião com Kamikawa esta terça-feira, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, enfatizou o “apoio duradouro” do grupo à Ucrânia como um a questão fundamental na agenda dos sete (ou oito), mas disse também que é um momento importante “para nos unirmos na guerra entre Israel e o Hamas”.

Os países do G7 reconhecem que a Rússia está a enveredar por uma guerra de longo prazo e isso requer apoio militar e económico persistente a Kiev – algo de que os países presentes não duvidam. Para já, dizem os analistas, o problema da divisão de recursos financeiros para o apoio não se coloca: Israel tem suporte interno para assegurar o financiamento da guerra com o Hamas – para além de ter uma ‘conta-corrente’ especial com os Estados Unidos. Mas, evidentemente, e dependendo do tempo que este novo conflito demorar, tudo isso pode alterar-se.

O G7 (que chegou a ser o G8 quando a Rússia dele fazia parte) está na vanguarda das sanções contra Moscovo, com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, a fazer uma aparição surpresa (ou quase) na cimeira de líderes em Hiroshima, em maio passado. Segundo as agências noticiosas, o grupo está a avaliar propostas para impor sanções aos diamantes russos.

No que se refere a Gaza, o G7 emitiu uma declaração conjunta sobre o conflito depois de 7 de outubro – mas, a partir de Tóquio, conta transmitir, antecipam os analistas, a necessidade de uma pausa nos combates para permitir o acesso humanitário a Gaza.

O país presidente do G7, o Japão, adotou uma abordagem cautelosa face à crise, resistindo à pressão para se alinhar com a postura pró-Israel do seu aliado mais próximo, os Estados Unidos, dizem os analistas. De qualquer modo, na reunião com Blinken, Kamikawa afirmou existir uma “sólida unidade sólida” entre os países sobre a questão. Mas talvez essa unidade seja um exagero. De facto, nas Nações Unidas, a França votou a favor de uma resolução que pedia uma trégua humanitária no conflito (a 26 de outubro), ao mesmo tempo que os Estados Unidos se opuseram e os outros membros do G7 optaram pela abstenção.

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