Manuel João Mendes, investigador do Centro de Investigação de Materiais da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa | NOVA FCT, conquistou uma bolsa do Conselho Europeu de Investigação (European Research Council [ERC]) Consolidator Grant no valor de dois milhões de euros.
A bolsa deve ser aplicada durante cindo anos e destina-se ao projeto conhecido por que X-STREAM, que se traduz numa solução sustentável de produção e captação de energia através de sistemas fotovoltaicos.
“Power-to-X: STREAMing Hydrogen from 3-Band Solar Cells boosted with Photonic Management”, nome do projeto no original em inglês, pretende armazenar a energia solar através da geração de hidrogénio, de forma mais eficiente, cómoda e adaptável a múltiplos usos.
A FCT NOVA adianta em comunicado que o X-STREAM pode criar “uma nova era na captação de energia com base em células solares melhoradas com gestão de luz, com uma integração sem precedentes de duas inovações: um único sistema fotovoltaico de três bandas que explora uma maior faixa espectral solar, com um aumento de 50% de eficiência, próximo do limite máximo de três células em simultâneo; e a combinação de células fotovoltaicas e eletroquímicas que fornecem energia em combustível de hidrogénio a partir da divisão da água, permitindo cerca de 30% de eficiência de conversão da energia solar em hidrogénio”.
“O hidrogénio é um dos vetores energéticos mais promissores que temos à nossa disposição, com a particularidade que não envolve a emissão de gases nocivos. Existem algumas soluções de produção de hidrogénio através de energia solar, contudo, este projeto apresenta um sistema mais eficiente, prático e sustentável. A energia é uma das grandes preocupações da comunidade europeia, e esta bolsa vai permitir o desenvolvimento de um protótipo que pode alterar o paradigma na captação de energia solar e produção de hidrogénio através de sistemas fotovoltaicos”, explica Manuel Mendes.
A bolsa Consolidator Grant faz parte do programa europeu Horizon Europe, que financia projetos individuais de investigadores de ciência com mais de sete anos de experiência. Esta edição da ERC Consolidator Grant recebeu 2.130 candidatos e vai distribuir 627 milhões de euros por 308 investigadores, dos quais três portugueses. Manuel Mendes é um deles.
Manuel Mendes nasceu em 1982 em Lisboa. Licenciou-se em Engenharia Física em 2005 pelo Instituto Superior Técnico (IST-UL), completou o mestrado em Física Aplicada pela Rice University (Houston, EUA), e o doutoramento em Energia Solar Fotovoltaica em 2012, pelo Instituto de Energía Solar (Madrid, Espanha) no tema Nanofotónica para Fotovoltaico de Multi-Banda. Esteve envolvido em 30 projetos científicos (20 nacionais e 10 europeus) em áreas relacionadas com a energia, tendo trabalhado nos EUA (2005-08), Espanha (2008-12), Itália (2012-14) e Portugal (2014-presente). A sua investigação em Portugal tem sido realizada no Centro de Investigação de Materiais | CENIMAT.
Em 2012 e 2014 foi premiado com duas bolsas Marie Curie, no âmbito de investigações sobre a gestão de luz para células solares. Recebeu nove distinções científicas de prestígio, como o 2020 FEMS Communication Award for Excellence in Materials Science & Eng e o Prémio IN3+ 2021 da Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM) – o maior prémio nacional para projetos individuais de inovação.
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