Fundo SDG Loan gerido pela Allianz GI levanta 1,1 mil milhões de dólares

A Allianz Global Investors (AllianzGI), a FMO Investment Management (FMO IM) e a Fundação John D. e Catherine T. MacArthur (MacArthur) acabam de anunciar que o Fundo SDG Loan captou hoje mais de mil milhões de dólares (cerca de 913 milhões de euros) em capital privado para promover os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas nos mercados emergentes e mercados de fronteira.

O capital do fundo SDG Loan destina-se, principalmente, a cumprir os objetivos de crescimento económico (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 8), igualdade (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 10) e clima (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 13).

A Allianz Global Investors gere o fundo e a FMO Investment Management inicia e gere a carteira de empréstimos. A Fundação John D. e Catherine T. MacArthur (MacArthur) comprometeu-se com 25 milhões de dólares como garantia para os créditos.

“O objetivo do fundo SDG Loan é responder à necessidade urgente de financiamento necessária para alcançar os ODS nos países em desenvolvimento”, afirma a Allianz GI que lembra que “o défice de financiamento anual aumentou 56% após o surto de Covid-19 e situou-se nos 3,9 biliões (milhões de milhões) de dólares em 2020”.

O fundo baseia-se “numa gama crescente de esforços para mobilizar capital privado para investimentos alinhados com os ODS em mercados emergentes e de fronteira”.

Uma vez investido integralmente em aproximadamente 100 participações para empréstimos de alto impacto, o fundo pretende que os seus investimentos promovam cerca de 60 mil empregos e evitem aproximadamente 450 mil tCO2 eq. (toneladas de dióxido de carbono equivalente) de gases com efeito de estufa por ano, segundo a análise do FMO .

“Espera-se que o fundo possa começar a funcionar rapidamente, e o FMO manterá uma carteira de aproximadamente 100 milhões de dólares em empréstimos elegíveis para o fundo”, revela a Allianz GI.

Em comunicado a gestora de ativos revela ainda que as contribuições de capital do fundo foram realizadas por vários investidores institucionais, como a Allianz, o banco de desenvolvimento neerlandês FMO e a Skandia.

A estrutura de finanças combinadas (blended finance) do fundo permite co-investir com estes grandes investidores institucionais numa carteira de participações em empréstimos que apoiam instituições financeiras e intermediários que prestam serviços a pequenas e médias empresas (PME) em países da América Latina, Ásia, África, e Europa Oriental em três setores-chave: energético, financeiras e agroalimentar, revela a gestora de ativos responsável pelo fundo.

“Na Allianz Global Investors, entendemos que o financiamento combinado (blended finance) desempenha um papel crucial na hora de canalizar o capital privado necessário para estimular o desenvolvimento nos mercados emergentes”, defende em comunicado Deborah Zurkow, Diretora Global de Investimentos da Allianz Global Investors.

A estrutura do fundo, inicialmente desenhada pela Allianz GI e pelo FMO IM, que é responsável pela carteira de empréstimos, inclui o compromisso de investir em “primeiras perdas” (caso se produzam) por parte do FMO e uma garantia parcial da MacArthur.

Em conjunto, estes mecanismos facilitam a entrada de capital de investidores institucionais que normalmente não teriam acesso a financiamento de empréstimos de alto impacto nos mercados emergentes.

Na nota é citado Nic Wessemius, Diretor Geral da FMO Investment Management, a falar da parceria com a Allianz Global Investors e a Fundação MacArthur no fundo conjunto SDG Loan. “O capital reunido através desta estrutura de ‘blended finance’ é uma demonstração de que uma visão partilhada para abordar os ODS pode resultar na procura de soluções que acomodam vários tipos de investidores”, diz.

“O fundo vai permitir ao FMO fornecer mais capital aos seus clientes, apoiando a nossa missão partilhada de aumentar a prosperidade local nos países em desenvolvimento a nível mundial. Estamos confiantes de que, juntamente com a Allianz GI, garantiremos o sucesso do fundo na seleção e gestão de uma carteira com impacto”, afirma Wessemius.

“Ao cobrir os críticos défices de financiamento e fomentar os benefícios económicos, ambientais e sociais a dezenas de milhares de pequenas empresas, famílias e comunidades, o fundo demonstrará o poder do capital catalisador para mobilizar os investimentos e promover impactos que de outra forma não seriam possíveis”, acrescenta, por sua vez, Debra Schwartz, Diretora-Geral de Investimento de Impacto da Fundação MacArthur.