Embora sete países da OPEP+ tenham anunciado hoje cortes voluntários adicionais na produção para o primeiro trimestre de 2024, o Goldman Sachs diz que continua a considerar que os riscos para a sua previsão inalterada dos preços do petróleo “são moderadamente inclinados para o lado negativo, dadas as recentes surpresas positivas nos inventários, que o grupo de produtores pretende compensar”.
Numa nota de research sobre os novos cortes na produção de petróleo nos OPEP, os analistas do Goldman Sachs dizem que estimam “um modesto impulso mecânico do corte adicional nos preços do Brent em dezembro de 2024 de cerca de 4 dólares o barril em relação aos nossos pressupostos anteriores da OPEP+”.
“Isto pressupõe que este corte reduz a oferta no primeiro semestre de 2024 em 700 mil barris por por dia relativamente aos nossos balanços e até ao terceiro trimestre de 2024. No entanto, não estamos a alterar a nossa previsão de preços enquanto aguardamos clareza sobre o cumprimento dos cortes e dados adicionais sobre os inventários”, referem os analistas do banco norte-americano.
A mais recente decisão dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) vai no sentido de manter os cortes que já estavam planeados, mas anunciando mais 2,2 milhões de barris por dia de corte adicional. Como este volume vai ser cortado de forma voluntária por alguns países, está a gerar incerteza.
O acordo que está previsto prolongar-se em 2024 prevê um corte conjunto da oferta na ordem dos 3,66 milhões de barris/dia.
“Apesar do corte extra, ainda vemos os riscos para a nossa previsão para o Brent de 93 dólares o barril em dezembro de 2024 , como moderadamente inclinados para o lado negativo por duas razões. Em primeiro lugar, o corte extra é uma resposta temporária às recentes surpresas positivas nos inventários e na oferta, incluindo nos EUA, no valor de cerca de -10 dólares/bbl no Brent de dezembro de 2024, se persistirem. Em segundo lugar, o novo aumento da capacidade disponível e a natureza voluntária do corte de hoje implicam que quaisquer cortes adicionais se tornam cada vez mais difíceis de implementar”, defende o Goldman Sachs.
O banco realça que os preços do petróleo Brent caíram 3% (contrato de fevereiro de 2024) hoje, uma vez que o mercado começou a contar com uma grande probabilidade de cortes adicionais, incluindo um potencial corte oficial não voluntário e mais duradouro.
“Continuamos a esperar que o crescimento sólido da procura, o abrandamento do crescimento da oferta dos EUA e a baixa oferta da OPEP mantenham o Brent no intervalo de 80-100 dólares em 2024”, conclui, embora admita que vai monitorizar esse limite inferior.
O mercado vê ainda incerteza em torno da procura mundial por combustível, devido ao potencial alastrar do conflito entre Israel e Hamas.
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