A saga da construção do novo aeroporto de Lisboa conheceu esta semana um novo capítulo, com a apresentação do aguardado relatório da Comissão Técnica Independente (CTI), que recomenda Alcochete como a melhor localização para a nova infraestrutura.

Concorde-se ou não com a recomendação da comissão, devemos ter a noção, enquanto país, que pior do que escolher mal, é continuar a adiar este projeto. O pior que poderia acontecer seria o próximo governo criar uma nova comissão para estudar o resultado do trabalho da CTI.

Esperemos que o novo governo, seja do PS ou do PSD, tenha noção da urgência que este projeto tem para o nosso turismo e para o crescimento da economia, e que mais uma vez não fiquemos presos a um ciclo sem fim de comissões e análises, ao sabor de lóbis e interesses diversos.

Até porque o futuro governo terá à disposição toda legitimidade e os elementos necessários para poder decidir sobre a localização do novo aeroporto, seja por via do trabalho desenvolvido pela CTI, seja pela reflexão que teve lugar ao longo das últimas décadas.

De resto, o novo aeroporto obrigará provavelmente a outros investimentos, como ligações de alta velocidade ferroviária e a terceira travessia do Tejo. São projetos que também vão exigir decisões céleres por parte do poder político. E terá o nosso sector da construção a capacidade e o know-how para participar nestes projetos, depois de tantos anos sem grandes projetos de obras públicas e de infraestruturas em Portugal?