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Despedimentos no Spotify desvendam bomba-relógio ligada à dívida

De acordo com uma análise do “Business Insider”, a subida dos juros ameaça gerar uma situação em que muitas empresas vão entrar em incumprimento no que diz respeito a pagar as dívidas aos seus credores.
7 Dezembro 2023, 18h55

A Spotify, plataforma de streaming de música e podcasts fundada na Suécia, vai despedir 1.500 trabalhadores, o que corresponde a um corte de 17% da sua força laboral. Até aqui, nada de novo. O problema é que a medida está relacionada com os problemas em pagar a dívida que a empresa está a sentir, à semelhança de tantas outras que, juntas, formam uma “bomba-relógio de dívidas”, de acordo com uma análise do “Business Insider”.

Para que se tenha uma ideia do que está em causa, tudo está ligado ao clima macroeconómico adverso, associado à elevada inflação e à subida das taxas de juro de vários bancos centrais, neste caso a Reserva Federal (Fed). Um panorama que levou a que 561 empresas norte-americanas tenham declarado falência nos primeiros 10 meses de 2023, de acordo com os dados da S&P Global.

Olhando para trás, só em 2020 se registaram números mais elevados, ou seja, no pico da pandemia.

Simultaneamente, foram 127 as que falharam pagamentos de dívida no mesmo período, 13% acima da média dos cinco anos anteriores.

Com a política monetária agressiva da Fed a elevar as taxas de juro até aos 5,5%, são muitas as firmas que se apanham com a corda ao pescoço e o risco de se repetirem as situações de pagamentos falhados numa série delas é elevado e, nesse sentido, preocupante. Associado a isto está o perigo de a situação de incumprimentos chegar a uma escala global, na medida em que, já que a economia norte-americana é a maior do mundo, as repercussões são inevitáveis.

No caso do Spotify, avançou com o anúncio do despedimento e fez saber da necessidade de cortar nas despesas da empresa, já que precisa de encontrar 1,3 mil milhões de dólares para pagar aos seus credores. Numa mensagem aos colaboradores, Daniel Ek, CEO do Spotify reconheceu que as baixas taxas de juro que marcaram os anos de 2020 e 2021 permitiram “investir significativamente na expansão da equipa”.

Ainda assim, o “novo ambiente” da economia obriga a tomar medidas, já que, apesar dos “esforços para reduzir custos”, o custo associado a pessoal ainda é “demasiado grande”.

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