Cristiano Ronaldo tem estado no centro de um escândalo que correu mundo. O internacional português está novamente a ser acusado, passados dez anos, de um alegado caso de violação, envolvendo uma antiga manequim. As marcas que patrocinam o futebolista da Juventus não escondem a preocupação. Esta semana, em declarações num comunicado, a marca desportiva norte-americana reagiu a todo o caso, dizendo-se muito preocupada com o que se está a passar com o jogador português. “Estamos extremamente preocupados com estas alegações e continuaremos a acompanhar a situação atentamente”, escreve a marca num primeiro ponto.
Relembre-se que a marca norte-americana é uma das principais patrocinadoras do internacional português, tendo mesmo um acordo de longa duração com o avançado da Juventus. Segundo as notícias de então, de 2016, Ronaldo teria assinado um contrato vitalício com a Nike que seria superior a 750 milhões de euros. O comunicado da Nike surge já depois de o desportista ter oficialmente desmentido o caso de alegada violência de que é acusado, e de a própria Federação Portuguesa de Futebol lhe ter prestado pública nota de apoio.
Já o grupo hoteleiro Pestana, associado a Cristiano Ronaldo no investimento em vários hotéis em todo o mundo, manifestou esta semana “confiança” em como a marca Pestana-CR7 não será afetada pelas acusações ao futebolista. O responsável pela área de desenvolvimento estratégico do grupo Pestana, José Roquette, respondeu “não” à pergunta feita pela agência Lusa sobre se estava preocupado com a eventual desvalorização da marca CR7, depois de Cristiano Ronaldo ter sido envolvido num caso de alegada violação de uma mulher.
“É importante dizer que o Cristiano Ronaldo tem sido um parceiro exemplar com o grupo Pestana e irá continuar a ser com toda a certeza”, disse José Roquette à margem da apresentação em Madrid do Pestana Plaza Mayor, que vai abrir portas no início de 2018. “Estamos num estado de direito e, portanto, existe a presunção de inocência até prova em contrário, e estamos confiantes de que tudo vai continuar com o mesmo dinamismo que temos tido”, concluiu José Roquette.
A EA Sports voltou atrás na decisão de excluir Ronaldo da página principal do site do videojogo FIFA 19, do qual o internacional português é a imagem de capa, em conjunto com Neymar. A empresa disse estar a acompanhar o escândalo com atenção: “Estamos a monitorizar a situação, pois esperamos que os atletas que patrocinamos e embaixadores se comportem de uma forma condizente com os valores da EA”.
Já a marca italiana de lingerie Yamamay garante que vai manter Cristiano Ronaldo como rosto da última campanha publicitária da marca. Apesar das acusações de violação de que o avançado da Juventus está a ser alvo, o CEO Gianluigi Cimmino afirmou em declarações ao “Corriere dello Sport’” que a imagem da Yamamay não vai sair afetada.
“Estamos em plena campanha, não mudamos o nosso plano de investimentos e continuamos a nossa trajetória publicitária, que está a correr muito bem, porque acreditamos que, nestes casos, a presunção de inocência é sempre válida “, explicou.
Ações da Juventus em queda
Esta semana, os títulos da equipa orientada por Massimiliano Allegri acumularam uma desvalorização de 22,67%, estando a negociar no ‘vermelho’ há oito sessões consecutivas. As ações da Juventus já perderam quase um quarto do seu valor bolsista, com as suspeitas de que Cristiano Ronaldo terá alegadamente violado a antiga modelo norte-americana Kathryn Mayorga. A alegada violação pelo futebolista português foi noticiada pela revista alemã “Der Spiegel”, no final do mês de setembro. A reagir às acusações, as ações da Juventus, que tinham registado ganhos após a contratação de Cristiano Ronaldo, começaram a inverter a tendência. Desde o máximo histórico de 1,813 euros, atingido em 19 de setembro, as perdas acumuladas do clube chegam aos 31,9%.
Beckham, Ericksson e Woods
O futebolista David Beckham já passou pelo mesmo. Em 2004, o ex-jogador recebia anualmente 370 milhões de euros em contratos publicitários com a Pepsi, Vodafone, Marks & Spencer, Siemens e Adidas. Quando rebentaram os escândalos extraconjugais, os contratos não foram renovados. Nesse ano, a antiga assistente pessoal de Beckham, Rebecca Loos, afirmou que manteve uma relação íntima com o jogador numa entrevista ao jornal americano “The News of the World”. Dias depois, surgiu um novo escândalo: a imprensa inglesa noticiou o envolvimento do médio inglês com a modelo espanhola Esther Canadas. Para apimentar ainda mais a história, as jovens suecas Frida Karlsson e Lenha Stenberg garantiram ter passado uma noite com Beckham na suite do hotel Hilton de Basileia, na Suíça.
O treinador sueco Sven Göran Eriksson, que já foi o segundo mais bem pago do mundo, passou pelo mesmo problema. Entre 2002 e 2004, a imprensa revelou um caso com a apresentadora de televisão Ulrika Jonsson e, em 2004, o técnico, casado com uma advogada italiana, foi acusado de assédio sexual por Faria Alam, secretária da Federação Inglesa de Futebol. Os escândalos, aliados aos maus resultados, valeram-lhe a saída da seleção da Inglaterra e o cancelamento de alguns contratos de publicidade para promover a imagem de Inglaterra. Mais tarde, foi para o México e esteve para vir para o Benfica. Passaria depois pelos campeonatos inglês e chinês. Em 2009, já depois dos escândalos, foi um dos protagonistas do novo anúncio da Kleenex, uma marca de lenços de papel. Em 2009, a revista “Forbes” anunciou Woods como desportista mais bem pago do mundo, com uma fortuna acumulada de mil milhões de dólares (hoje em dia é de 1,5 mil milhões). No entanto, na sequência de vários casos de adultério, as marcas começaram a abandonar o green de patrocínios. Os problemas de saúde (foi sujeito a várias operações às costas) também não ajudaram.
A Gatorade foi a primeira. Apesar de a empresa ter anunciado, em comunicado, que a decisão já tinha sido tomada há alguns meses, a imprensa internacional atribui a quebra de contrato ao receio das repercussões financeiras geradas pelo escândalo. A Tag Heuer, a Electronic Arts e a Gillette também tinham acordos de imagem com o jogador.
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