É perfeitamente visível, mesmo para um incauto, que as lideranças mundiais se degradaram ao longo dos anos. Em Portugal também.

Sem vestir a pele de adivinho, é claro que Pedro Nuno Santos, José Luís Carneiro ou Luís Montenegro, em termos políticos, estão a anos-luz de António Costa. O show que deu esta semana na TVI e na CNN – com elevadas audiências, o que mostra que há muitos portugueses que continuam a querer ouvi-lo – evidenciou um político preparado, em excelente forma e agora solto das responsabilidades que recaem sobre um primeiro-ministro em plenitude de funções.

Mostrou os dentes ao Ministério Público, manteve braço-de-ferro com Belém e batalhou pelo seu legado, apesar da percepção pública no que toca à sua acção na Saúde, Educação e Habitação ser negativa.

António Costa sabe que por cada dia que passe sem que se concretize o que estava no “enxertado” parágrafo escrito pelo punho de Lucília Gago, é mais um dia em que se vitimiza e fortalece, pois, ele já anteviu, como 90% dos portugueses, que a montanha pariu um rato.

E é com essa convicção que sabe que andará por aí no comentário político se assim lhe apetecer, sentindo também que tem portas abertas na Europa para uma carreira internacional, ou que Belém está à sua mercê, pois é de longe o melhor candidato à esquerda. Será um amanhã risonho para António Costa.

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.