Depois da subida histórica das Euribor desde o início de 2022 até ao início deste outono, é provável que o pior já tenha passado para as famílias com créditos indexados à Euribor.
Recordemos que a Euribor a 12 meses passou de -0,499% em 3 de janeiro de 2022 até chegar a um máximo de 4,228% em 29 de setembro deste ano. Atualmente, a taxa a 12 meses situa-se nos 3,75%, sendo a maturidade da Euribor com os valores mais baixos.
Os mercados antecipam que o Banco Central Europeu efetuará cortes nas taxas de juro de referência, estimando uma redução de cerca de 150 pontos base (1,5 pontos percentuais) ao longo do próximo ano. A previsão para a Euribor 12 meses sugere que rondará os 3,60% no fim de junho, terminando o ano nos 2,80%. Estas expectativas serão ajustadas ao longo do ano, mas a trajetória deverá ser de descida.
É provável que a economia europeia continue a crescer pouco ou nada, não se observam sinais de riscos de alta nos preços da energia e a China está a exportar deflação.
Contudo, fatores como os efeitos de base, os ganhos reais dos salários e a descida das taxas de juro tornam pouco plausível que a inflação recue em 2024 ao mesmo ritmo do que se registou na segunda metade de 2023
Assim, a descida nas prestações deverá ocorrer de forma gradual, não sendo tão rápida como a subida, mas 2024 trará, presumivelmente, algum alívio. Neste contexto, o facto de os bancos terem proposto amplamente soluções de taxa fixa, numa altura em que o cenário mais provável já apontava para uma descida das Euribor, merece reflexão.