A produção de eletricidade a partir de energias renováveis permitiu abastecer 61% do consumo em Portugal em 2023. Garantiram também um total de 31,2 Terawatt-hora (TWh) de eletricidade, o valor mais elevado de sempre.
Apesar dos números recordes, outro marco histórico destaca-se: durante seis dias de novembro, a eletricidade de origem renovável superou as necessidades de consumo industrial e das famílias de todo o país, garantindo 149 horas de abastecimento renovável.
A semana entre 31 de outubro e 6 de novembro, suportada exclusivamente por energia verde, é uma amostra do novo paradigma energético que estamos a construir.
A análise ao Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL) nestas 149 horas permitiu verificar que, durante 19 horas não consecutivas, o preço mínimo da eletricidade no mercado grossista foi de zero euros por megawatt-hora (MWh) graças às renováveis. Já o preço médio ficou nos 19,17 euros. Este quadro permitiu reduzir o preço médio da eletricidade referente a esse ano.
Só nesta janela temporal, as renováveis permitiram poupar, em média, 268,07 euros por MWh no preço da eletricidade, o que representou uma poupança de cerca de 390 milhões de euros à economia portuguesa durante este período.
Esta é uma tendência já confirmada no estudo “Impacto da eletricidade de origem renovável 2023”, desenvolvido pela APREN em conjunto com a Deloitte. Ali ficou provado que as renováveis tiveram um impacto líquido positivo de cerca de cerca de 17,1 mil milhões de euros no período 2018 – 2022 (13 mil milhões só em 2022), e geraram poupanças anuais na fatura da eletricidade, em média, de até cerca de 1.600 euros para um consumidor doméstico e de até 160.000 euros para um consumidor não-doméstico.
Por outro lado, as renováveis geraram, entre 2018 e 2022, uma média de 50 mil empregos anualmente, com um valor acrescentado por colaborador médio cerca de duas vezes superior à média nacional.
Aos ganhos económicos e sociais das renováveis somam-se as mais-valias ambientais. A redução das emissões de gases com efeito de estufa é a chave para travar as alterações climáticas e o garante da independência e segurança energética.
A semana de seis dias de energia limpa permite um vislumbre das vantagens proporcionadas por um paradigma energético de um futuro próximo: as renováveis ao serviço do ambiente, do desenvolvimento económico e da poupança para famílias e empresas.