Quando desenterramos dos fundos da memória as primeiras aulas de História do mundo, recuperamos a ideia de que, com o desenvolvimento das técnicas agrárias, as populações se foram sedentarizando, o que trouxe diversos avanços civilizacionais, nomeadamente no que respeita à socialização e ao viver em comunidade.
Mas houve povos que contribuíram extraordinariamente para a História, precisamente por não ficarem no mesmo lugar, optando por viajar, por vezes, milhares de quilómetros. A uns, movia-os a sede de conquista; outros, a isso foram obrigados; outros ainda, eram levados pela curiosidade.
Reconstituindo as andanças épicas dos povos nómadas ao longo de doze mil anos, Anthony Sattin narra, em “Nómadas – Povos em movimento, uma história por contar”, as histórias dessas tribos que romperam as suas fronteiras: citas, xiongnu, persas, hunos, árabes, mongóis, mogóis, otomanos, entre outros.
Para além de batalhas, chacinas de inocentes, devastação, escravatura e trocas comerciais, tiveram lugar choques e cruzamentos culturais opondo duas maneiras de viver – uma, resultante de uma permanente inquietude, a outra, assente em cidades. Destes encontros, resultaram naturais florescimentos para a História da humanidade. O que leva o autor a interrogar se, com o desaparecimento dos povos nómadas, não estaremos a perder qualquer coisa.
Anthony Sattin, nascido em 1956 em Londres, é jornalista e autor de vários livros de história e viagens. Interessa-se sobretudo pelo Médio Oriente e África, em particular o Egito. É consultor editorial da “Geographical Magazine”, colabora na revista “Condé Nast Traveller” e é membro da Royal Geographical Society.
A edição é da Temas e Debates, com tradução de Marta Pinho.
Eis a sugestão de leitura desta semana da livraria Palavra de Viajante.
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