Está a emergir um conjunto de inovações que permitirão uma produção sustentável e a preços acessíveis de alimentos saudáveis, nutritivos e customizados à dieta do consumidor individual.

A indústria agroalimentar enfrenta um grande desafio – terá de aumentar a produção de forma a alimentar uma população mundial crescente e com maior consumo per capita, sem impacto ambiental adicional, e respondendo à pressão dos consumidores para dietas mais diversificadas e com alimentos frescos e saudáveis. Face ao desafio, está a emergir um conjunto de inovações que permitirão uma produção sustentável e a preços acessíveis de alimentos saudáveis, nutritivos e customizados à dieta do consumidor individual. Encontramos inovações particularmente relevantes ao nível das fontes de proteína, na agricultura “inteligente”, e na nutrição personalizada.

Ao nível da proteína, é necessário aumentar a sua disponibilidade mas reduzindo o impacto ambiental. Assim, encontramos hoje alimentos de origem vegetal com o sabor e textura de alimentos de origem animal: hambúrgueres de proteínas de trigo e ervilhas, iogurtes feitos de aveia, e até “ovos” de feijão. A agricultura celular, prestes a atingir a viabilidade económica, produz carne e proteínas de leite em laboratório em tudo idênticos aos originais. Há novas fontes de proteína, utilizadas como aditivo alimentar ou ração animal, como são os casos da aquacultura de microalgas e da criação de insetos.

A agricultura “inteligente” está a aplicar a tecnologia digital nas explorações agrícolas. Drones e sensores são hoje uma tecnologia madura, e já várias empresas utilizam modelos de otimização baseados em Inteligência Artificial. Novos tipos de explorações, como é o caso da agricultura vertical, permitem fornecer produtos “ultrafrescos” com reduzidos custos de transporte.

Por fim, é hoje possível fornecer recomendações nutricionais personalizadas através da análise do DNA do bioma (micro-organismos presentes no trato digestivo) individual, bem como da informação de bioindicadores disponibilizada por wearables. Recomendações de dieta ao nível do indivíduo irão seguramente resultar no aparecimento de novos nichos alimentares.

Face a estas alterações, as empresas de sucesso serão as que simultaneamente consigam identificar as tendências emergentes por exemplo, via “torres de vigia” de disrupção ou programas Direct to Customer e que tenham programas de inovação maduros que permitam respostas rápidas e adequadas.