O grupo Brisa obteve um resultado líquido de 276,6 milhões de euros apurado com base num Resultado Antes de Impostos de 399,8 milhões e em 123,2 milhões de Imposto sobre o Rendimento. O valor compara com um resultado líquido de 240,8 milhões de euros em 2022 (+25,6%).
O Resultado Operacional (EBITDA) no final do ano foi de 633,7 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 19,2% face ao ano anterior. O EBIT foi de 454,1 milhões de euros.
A empresa que detém a maior concessionária de autoestradas em Portugal aumentou 17% os Rendimentos Operacionais para 785,3 milhões, o que se traduz num acréscimo de 17,0% face ao período homólogo.
As Receitas de Portagem atingiram os 749,6 milhões de euros (+17,2% face ao ano anterior), suportadas pelo comportamento do tráfego durante o ano.
O tráfego aumentou 8,9% em 2023, em comparação com o período homólogo, e a empresa liderada por António Pires de Lima diz que é “suportado por condições económicas favoráveis e pela ausência de restrições à mobilidade relacionadas com a pandemia do Covid-19, que impactaram negativamente o tráfego no início de 2022”.
“O crescimento do PIB português impactou positivamente o tráfego da rede BCR (Brisa Concessões Rodoviárias)”, refere a empresa em comunicado. Neste contexto, “o Tráfego Médio Diário (TMD) durante o ano foi de 23.251 veículos/dia. O tráfego aumentou 8,9% em comparação com o período homólogo, suportado pela melhoria das condições macroeconómicas durante o ano e pela eliminação das restrições à mobilidade que ainda se encontravam em vigor no início de 2022”, acrescenta o comunicado.
A Brisa revela ainda que “a análise do tráfego por tipo de veículo mostra uma evolução mais favorável dos veículos ligeiros face aos pesados. O crescimento do TMD registado nos veículos ligeiros foi de 9,0% e nos veículos pesados de 6,4%. O peso dos veículos ligeiros no total do tráfego aumentou para 93,7%”.
As receitas relacionadas com as áreas de serviço atingiram os 29,2 milhões de euros (+16,8% face ao período homólogo).
Já os Custos Operacionais, excluindo Amortizações, Depreciações, Ajustamentos e Provisões, atingiram os 151,6 milhões em 2023, representando um acréscimo de 8,6% face a 2022.
Ainda no lado dos custos, a rubrica de Fornecimentos e Serviços Externos, que traduz essencialmente os custos de subcontratação dos serviços de Operação e Manutenção da rede de autoestradas concessionadas e os custos de cobrança eletrónica de portagens totalizou 148,4 milhões, o que traduz um aumento de 8,4% face ao período homólogo, “refletindo os elevados níveis de inflação”.
Já a rubrica de Amortizações, Depreciações, Ajustamentos e Provisões, líquida de reversões, ascendeu a 179,6 milhões (+11,6% face a 2022). A Brisa ressalva que o método de cálculo da amortização dos ativos relativos ao direito de concessão da BCR é baseado na evolução do tráfego.
O investimento (CAPEX) atingiu os 61,8 milhões de euros, “refletindo o reforço na manutenção e melhoria da infraestrutura da rede concessionada e contribuindo para uma mobilidade mais segura”.
No fim de dezembro de 2023 a dívida bruta da BCR era de 1.395 milhões de euros (ótica nominal), e a concessionária diz que foram reembolsados durante o ano 300 milhões, relativos a um empréstimo obrigacionista, e 39 milhões referentes ao empréstimo do BEI (Banco Eruoepeu de Investimento).
Há cerca de 57% da dívida que está sujeita ao regime de taxa de juro fixa e cerca de 43% ao regime de taxa de juro variável.
“O custo médio ponderado da dívida durante 2023 foi de 2,9%, representando um aumento de 0,5np.p. face a 2022”, avança a Brisa.
A dívida líquida caiu 10,3% para 1.285 milhões de euros.
“O rácio Dívida Líquida/EBITDA situou-se nos 2,03x, ou seja, 2,22x abaixo do limite máximo de 4,25x definido para o respetivo nível de trigger event”, revela a Brisa.
No que toca ao Balanço, no fim de dezembro, o ativo da Brisa Concessão Rodoviária era de 2.078,9 milhões de euros, constituído essencialmente pelo ativo intangível respeitante ao direito de concessão da rede de autoestradas e por depósitos bancários.
O passivo registou uma queda de 174,6 milhões face a dezembro de 2022, para 1.806,9 milhões, como resultado da redução de dívida financeira.
O Capital Próprio, por sua vez, aumentou 36,9 milhões, para 271,9 milhões de euros.
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