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Mais de 40% das grandes empresas mundiais ainda estão a “explorar” IA generativa

A conclusão é de um estudo internacional da IBM e da Morning Consult, apresentado esta terça-feira à imprensa, em Lisboa. “Não queremos que as empresas utilizem todas os mesmos modelos, que estão online disponíveis para todos”, alerta liderança da tecnológica.
26 Março 2024, 16h04

Mais de um terço (38%) das grandes empresas mundiais estão a implementar Inteligência Artificial (IA) generativa e duas em cada cinco (42%) encontram-se a explorar esta tecnologia, de acordo com um estudo internacional da IBM e da Morning Consult, apresentado esta terça-feira.

Em sete meses, de abril a novembro de 2023, houve um aumento de quatro e dois pontos percentuais, respetivamente. Em termos de sectores, destaca-se o financeiro com praticamente metade (49%) dos profissionais de TI a garantirem uma utilização ativa desta tecnologia que ganhou ímpeto com o lançamento do ChatGPT.

As escolhas recaem para ferramentas/modelos de linguagem desenvolvidos internamente (43%) ou tecnologia em código aberto (32%), segundo a quarta edição do “AI Adoption Index”, divulgado num pequeno-almoço com a imprensa.

“Em Portugal, temos empresas de topo na aplicação destas tecnologias, que estão na linha da frente, mas a maioria do nosso tecido empresarial – composto por micro e PME – espera sempre para ver. Gostam mais de ser followers [seguidores], o que nos traz algumas deficiências, porque se perde vantagem competitiva”, disse o presidente da IBM Portugal, Ricardo Martinho, neste encontro com os jornalistas.

Falta de conhecimentos preocupa mais de 30% das organizações com mais de mil trabalhadores

À semelhança de outros inquéritos de concorrentes, a IBM também concluiu que a escassez de conhecimento, capacidades e expertise nesta área é o principal obstáculo para as organizações, uma vez que reúne 33% das preocupações. Segue-se a complexidade dos dados (25%) e a os receios éticos (23%).

A sessão contou ainda com um representante da área tecnológica que trabalha para os mercados português, espanhol, grego e israelita. “Não queremos que as empresas utilizem todas os mesmos modelos de IA, que estão online disponíveis para todos. Queremos que se tornem criadoras de IA”, referiu Nuno Maximiano, gestor de vendas de tecnologia na IBM SPGI, durante a apresentação que se realizou na sede da tecnológica em Lisboa.

O AI Adoption Index envolveu uma amostra de 2.342 entrevistas em Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, China, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos, França, Índia, Itália, Japão, México, Peru, Reino Unido e Singapura. É percetível o motivo pelo qual Portugal não foi incluído: 50% dos participantes pertenciam a empresas com entre 1.001 e cinco mil trabalhadores e 50% de empresas com mais de cinco mil trabalhadores.

Vivemos um momento único, mas temos de estar cientes da governança senão esta tecnologia pode cair em mãos menos sérias – Ricardo Martinho

Dos países participantes, os Emirados, o Reino Unido e os mercados da América Latina foram os que registaram maiores aumentos na adoção de IA entre abril de 2023 e novembro de 2023: de 48% para 58%, de 29% para 37% e de 40% para 47%, respetivamente. Por outro lado, a China (66% para 50%), o Japão (49% para 34%) e a Itália (de 52% para 36%) sobressaíram nas quedas nesses sete meses.

A IBM tem a sua própria plataforma de IA e dados científicos baseada na nuvem (cloud), designada “Watsonx”. Logo, a dupla de porta-vozes da tecnológica aproveitou a ocasião para falar sobre casos de uso (use cases) sem mencionar nomes de empresas por requisitos de confidencialidade. Em sete meses, foram realizados 70 projetos e/ou pilotos.

O Watsonx emite dois mil modelos fundacionais por mês e faz auditoria aos dados (combinação de fontes, fins para que está a ser utilizado…). Em causa está uma plataforma aberta para dados e IA com três componentes: dados (com modelos da IBM, Presto, Spark e Apache Iceberg), IA (IBM, Hugging Face e Meta) e governança (IBM).

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