O investimento sério e continuado que sucessivos governos têm feito na promoção do turismo em Portugal tem resultados impressionantes.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística a Conta Satélite do Turismo, revela que, em 2022, o consumo turístico representou 15,8% do Produto Interno Bruto (PIB) e 8,9% do Valor Acrescentado Bruto (VAB), superando mesmo os níveis de 2019.
Se o Brasil seguir um caminho semelhante, o país, que hoje tem uma contribuição de 8% do turismo para a riqueza nacional poderia, não apenas melhorar sua imagem exterior, mas também gerar impactos significativos na economia e sobretudo na sua imagem.
A nomeação de Marcelo Freixo, um dos mais próximos de Lula da Silva, para a presidência da Embratur – a empresa que define e gere a estratégia do Brasil para o turismo (a congénere do nosso Turismo de Portugal) – representa uma nova aposta brasileira nesta indústria.
No espírito do tempo, o político carioca considera Portugal – um dos principais emissores de turistas para o Brasil – peça-chave dessa estratégia com que a Embratur busca promover a diversidade do turismo brasileiro, não se limitando apenas ao sol e praia, mas também destacando a cultura, gastronomia e natureza do país.
A melhoria da percepção da imagem do Brasil no estrangeiro já é evidente, com o país retornando ao topo dos rankings de destinos de ecoturismo, colocando, com o turismo internacional, a receita acima dos valores pré-pandemia.
A segurança, uma preocupação frequente para os turistas, está sendo abordada com essa visão de que o próprio turismo é parte da solução, gerando oportunidades e melhorando a qualidade de vida nas comunidades.
A gastronomia, rica e diversa – não há só um Brasil, há 27 estados com uma enorme diversidade entre si – é promovida como um dos principais atrativos do país, concorrendo para ser o maior destino de gastronomia da América Latina.
Junto com o recurso à inteligência de dados para aprimorar a promoção do turismo brasileiro e uma parceria com a Universidade de São Paulo, aprender com Portugal é uma das principais motivações que Marcelo Freixo tem quando aterra em Lisboa para liderar a participação brasileira na BTL, uma das maiores de sempre.
Se o novo homem forte da Embratur não sucumbir aos acordos políticos que o governo de Lula tem sido obrigado a fazer para conseguir governar, saciando a gula dos partidos do chamado “centrão”, o Brasil tem todos os ingredientes (e liderança) para se posicionar na “Ivy League” do turismo mundial.