[weglot_switcher]

Trabalhadores do Fisco querem ser contemplados no projecto do governo de reforço da tutela criminal

Sindicato dos trabalhadores do fisco diz que estranha não serem referidos no reforço de penas por agressões à função pública. Gonçalo Rodrigues lembra que cada vez mais o sindicato recebe relatos de agressões verbais e físicas aos trabalhadores da AT.
3 Maio 2024, 12h18

Os trabalhadores dos impostos, em comunicado esta quinta-feira, dizem estranhar não serem referidos no reforço do quadro criminal relativo aos crimes de agressão e ofensas contra vários grupos de profissionais públicos, mas esperam que se trate de erro de comunicação.

“O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) estranha a ausência de referência aos trabalhadores da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), no reforço do quadro de tutela criminal relativo aos crimes de agressão e ofensas contra, designadamente, forças de segurança, guardas prisionais, profissionais nas áreas da educação e saúde, hoje anunciado pelo Governo” lê-se no comunicado.

A posição do sindicato surge na sequência de vários alertas que tem lançado nos últimos anos contra a falta de segurança em que os trabalhadores do fisco exercem a sua missão.

O Governo decidiu esta quinta-feira em Conselho de Ministros reforçar o quadro criminal de agressões e ofensas contra vários grupos de profissionais públicos, nomeadamente forças e serviços de segurança, guardas prisionais, profissionais de saúde e professores e auxiliares.

O STI espera que o facto de estes trabalhadores não terem sido abrangidos no anúncio do Governo seja fruto de um “erro de comunicação” e que o diploma em causa contemple as carreiras da Autoridade Tributária.

Para o STI, a própria função dos trabalhadores da AT tem um ónus enorme, é que a maioria da população admira os professores, ou os policias e mais ainda os profissionais da saúde, mas “de nós ninguém gosta porque tiramos dinheiro às famílias e às empresas para colocar nas mãos dos políticos, que muitas vezes o gerem mal, aumentando ainda mais os atritos entre a população e os trabalhadores da AT”, dizem os trabalhadores do fisco.

“A cada escândalo de corrupção na política, e sem termos nenhuma responsabilidade, a nossa relação com a população fica mais complicada”, realça o presidente da estrutura sindical.

Gonçalo Rodrigues frisa que cada vez mais o sindicato recebe relatos de agressões verbais e físicas aos trabalhadores da AT.

O sindicato relata que “a mais recente [agressão] sucedeu na semana passada com o reporte de problemas graves num serviço de finanças da região de Lisboa, concretamente em Queluz, onde de acordo com o relatado pelos funcionários foi necessário pedir apoio da PSP”.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos esclarece que “situações destas são muito frequentes, tanto no atendimento como em processos de inspeção externa, onde o risco é ainda maior, pelo que não se compreende como é que o governo deixa de fora as carreiras inspectivas do Estado”.

O STI espera, portanto, que o decreto-lei em causa contemple igualmente as carreiras da AT.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.