Taiwan tem uma posição importante: localizada na parte ocidental do Oceano Pacífico, próximo a rotas marítimas que são vitais para o comércio internacional da China e o abastecimento de energia, o controle sobre Taiwan é essencial para assegurar o constante acesso ao mercado internacional.

É primordial que estas rotas permaneçam constantemente abertas, pois a China é o principal parceiro comercial de mais de 140 países e territórios pelo mundo e, portanto, essencial ao crescimento econômico global. Qualquer disrupção no Estreito de Taiwan terá efeitos drásticos na economia global. A reunificação elimina a possibilidade de instalação de qualquer base militar estrangeira que possa ameaçar a China e o comércio global.

Mais. Taiwan é relevante à soberania nacional e unificação chinesa. A separação de Taiwan da China Continental se deveu a uma guerra civil doméstica inconcluída. Embora o Partido Comunista da China tenha vencido o Partido Nacionalista, em 1949, e ganhado o controle da parte continental, as forças nacionalistas recuaram para Taiwan não com objetivos separatistas, mas como um recuo estratégico para reunificação no futuro.

A China, ao longo de sua existência milenar, tem passado por processos de fragmentação e reunificação, consolidação de poder e unificação debaixo de um comando centralizado. A unificação – e Taiwan como parte histórica da China – é um dos elementos da identidade e narrativa nacional, com forte presença na cultura, história e ideologia chinesa. Desde a Dinastia Qin, passando pelas Han, Sui, Song, Ming, Qing até atualmente, unificar a China tem sido uma característica prevalente do sentimento nacional.

Taiwan tem sido parte integral do território chinês por séculos, sendo cedida ao Japão, em 1895, após a primeira guerra Sino-Japonesa. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, Taiwan foi devolvida ao controle da China como parte das Declarações do Cairo (1943) e de Potsdam (1945). Com o final da Guerra Civil, a República Popular da China (RPC) se tornou a sucessora de fato e direito da República da China. Isto foi reconhecido em 25 de outubro de 1971, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Resolução 2758, que restaurou a RPC ao assento chinês na ONU e retirou Taiwan.

Taiwan não é um assunto ideológico, mas sim uma questão doméstica chinesa, debaixo do “Princípio de Uma Só China”. Provocações no sentido contrário, além de incautas, são historicamente equivocadas.