Um sistema robótico, composto por um veículo de mineração subaquático de 25 toneladas, um submarino de inspeção autónomo para apoio à operação e uma barcaça de suporte à operação vão permitir a exploração de minério em minas abandonadas e inundadas.
O veículo maior é um robô de 25 toneladas com capacidade de partir rocha e bombear o material extraído para a superfície de um lado e com um braço hidráulico com ferramentas intermutáveis do outro. O mais pequeno, chamado EVA, movimenta-se em torno do local de mineração, atualizando de forma constante um mapa 3D da área e transmitindo esta cartografia ao veículo maior, de modo a auxiliar na navegação.
EVA foi criado por investigadores portugueses do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), assim como todo os sistemas sensoriais que permitem a navegação e a operação do robô de 25 toneladas. “EVA consegue operar debaixo de água durante cerca de sete horas, só ao fim desse período é que é necessário trocar as três baterias de um quilowatt, um processo que é feito em cinco minutos. O robô tem capacidade para descer a cerca de 500 metros de profundidade, mas alguns dos sensores que integram o EVA já têm capacidade para descer a 3 mil metros, podendo ser facilmente adaptado de modo a ser capaz de descer, no curto prazo, até 1000 metros de profundidade”, explica José Miguel Almeida, investigador coordenador no Centro de Robótica e Sistemas Autónomos do INESC TEC e docente do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).
Estes robôs foram desenvolvidos no âmbito do projeto europeu VAMOS (Viable Alternative Mine Operating System), com um orçamento superior a 12 milhões de euros e financiado em 9,2 milhões pelo programa da Comissão Europeia Horizon 2020, cujo objetivo passa pela exploração subaquática de minas terrestres.
A Comissão Europeia está aposta em desenvolver tecnologia que lhe permita explorar recursos internos e reduzir, por outro lado, a dependência do exterior na obtenção de matérias-primas fundamentais para a indústrias.”Apesar da maioria das minas, quando foram fechadas, não serem economicamente viáveis, a verdade é que grande parte delas contém quantidades substanciais de matéria-prima e que, com os resultados deste projeto, podem voltar a ser rentáveis”, explica o investigador.
Os países da União Europeia consomem entre 25 a 35% do metal produzido a nível mundial, extraindo apenas 3% da produção global de minério, o que significa que a UE importa cerca de 200 milhões de toneladas por ano.
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