Até há poucos anos, a transformação digital era algo que as empresas teriam que, mais cedo ou mais tarde, incorporar no seu plano estratégico. Mas, de repente, em março de 2020, tiveram de recorrer a modelos de colaboração remota e repensar a forma como comunicar, interagir e produzir. Num mundo que adotou a virtualidade como nunca o tinha feito, o conceito de “empresa inteligente” tornou-se um objetivo imperativo.
A crise pandémica desafiou as empresas a realizarem mudanças profundas, tais como agilizar as relações com os fornecedores, aperfeiçoar os processos de abastecimento e logística de distribuição e, se aquelas que ainda não o tinham feito, a colocar o cliente, verdadeiramente, no centro das suas atenções. A resiliência passou a ser uma das características mais exigidas em todas as organizações e, num contexto inesperadamente adverso, muitas tiveram de se adaptar em tempo recorde e começar o caminho rumo à empresa inteligente.
Em termos tecnológicos, isto significa transformar a organização para ter a capacidade de integrar processos em torno de uma única base de dados com a qual cada uma das áreas de negócio se relaciona. A possibilidade de gerar e guardar dados de forma ordenada e eficiente, atualizados em tempo real, possibilitando a leitura e a interpretação correta quando sejam necessários, permite tomar melhores decisões, antecipar a procura e satisfazer um cliente menos fiel e mais exigente.
Mas, além disso, o processo de transformação tem como base aproveitar as vantagens da Cloud, integrando-a com os processos de negócio para recompilar todos os dados gerados e convertê-los em conhecimento, utilizando as técnicas de processamento de informações, machine learning (ML), process automation (RPA) e IA das plataformas na nuvem, para tomar decisões baseadas em dados objetivos, aumentando a capacidade humana e facilitando a adaptação às mudanças no contexto do mercado.
O investimento em tecnologia para tornar as empresas inteligentes e alavancar os benefícios da Cloud é uma tendência que já não se vai parar. De acordo com um relatório da IDC, 27% das empresas priorizou os investimentos em tecnologias para melhorar a experiência dos seus clientes em 2022, e 24% disse que as soluções baseadas em Cloud são a sua prioridade. Mas, a migração para a nuvem não é igual para todas as empresas nem para todos os processos e sistemas da empresa.
A Cloud tornou-se um facilitador para empresas de todas as dimensões, por oferecer um ambiente seguro, confiável e ágil, permitir implementações rápidas com um investimento inicial baixo e eliminar a necessidade de infraestrutura física. Mas, obviamente, é importante escolher a tecnologia adequada para as necessidades críticas de cada negócio e poder contar com o aliado certo para orientar e acompanhar todo o processo.
Os profissionais de tecnologia adotaram agora uma abordagem mais proativa e estratégica dentro das áreas de TI, o que tem permitido que muitos setores façam esta migração. A Gartner previu que estas plataformas servirão como base para mais de 95% das novas iniciativas digitais em 2025, em comparação com menos de 40% em 2021. “Não há estratégia comercial sem uma estratégia na cloud”, alertou o Vice-Presidente e Diretor de Pesquisa, Infraestruturas e Operações desta consultora, Milind Govekar, num dos recentes eventos.
Mas, nem tudo é (só) tecnologia. Quando falamos de criar uma estratégia de transformação digital rumo à empresa inteligente, é preciso ter uma visão mais ampla, que considere o fator humano.
“As organizações precisam entender que, embora a tecnologia seja um aspeto decisivo para os seus negócios, não é o único a ser considerado. As empresas continuam a ser formadas por pessoas, e dedicar atenção aos colaboradores continua a ser fundamental para oferecer um serviço de qualidade ao cliente. Não só são importantes o ambiente ou a cultura de trabalho, como também a inclusão e igualdade de remuneração e oportunidades”, defende Rodrigo Solon, Vice-Presidente e Diretor da Plataforma Tecnológica Empresarial para a América Latina e Caraíbas da SAP.
Independentemente do momento no qual se encontrem as organizações, há um caminho que pode levá-las a tornarem-se empresas inteligentes. Cada empresa tem o seu ponto de partida único: existem as já mobilizadas pela digitalização que precisam escalar com rapidez, ou as que adotaram um ERP Cloud e já estão prontas para dar o próximo passo. Para acelerar o processo de transformação digital, surgiram opções e alternativas no mercado que se adaptam à realidade, ao ritmo e à situação de cada empresa.
A verdade é que está na hora. Para uma empresa crescer nesta era digital acelerada, são necessárias decisões inteligentes. Pense, decida, escolha e siga em frente. O futuro rumo à empresa inteligente não é amanhã, é hoje.