Ser POTUS é, sem dúvida, uma das profissões mais temerárias do mundo.

Aqui fica a lista dos presidentes e candidatos à presidência dos EUA que sofreram atentados: Jackson (1835), Lincoln (1865), Garfield (1881), McKinley (1901), T. Roosevelt (1912), Hoover (1928), F. Roosevelt (1933), Truman (1950), J.F. Kennedy (1963), R.F. Kennedy (1968), Wallace (1972), Nixon (1974), Ford (1975), Carter (1979), Reagan (1981), G. H. W. Bush (1993), Clinton (1994), G. W. Bush (2005), Obama (2011), Trump (2024). Ao todo, dez Republicanos, nove Democratas e um do antigo Partido Progressista.

Se a estes acrescentarmos a tentativa contra o candidato republicano, Thomas Dewey (1948), descoberta e evitada à última hora, somos levados a constatar que, desde o início do século XX, não houve uma só década sem atentados presidenciais ou a candidatos presidenciais na América – terra dos bravos, casa dos livres e pilar da democracia ocidental.

Com respeito às afinidades políticas, a maioria dos perpetradores não tinha afiliações políticas e agiram por motivos pessoais ou, supostamente, em consequência de distúrbios mentais. Ainda assim, vários faziam parte de movimentos revolucionários de esquerda, eram anarquistas ou nutriam simpatias pelo comunismo.

Felizmente, a maioria fracassou. Apenas 25% dos atentados foram “bem-sucedidos”, resultando no assassinato de quatro presidentes (Lincoln, Garfield, McKinley, J.F. Kennedy) e um candidato (R.F. Kennedy).

Então, o que se passou com Trump, terá sido igual aos outros? Bem pelo contrário, foi simplesmente único. Senão, vejamos:

Foi o único a acertar na orelha e a falhar por dois centímetros. O único que os media não reportaram imediatamente como atentado, mas como “barulhos ruidosos”, uma simples “queda” ou algo que a vítima apenas “diz” ter acontecido. O único em que diz que a vítima somente ficou “magoada”, enquanto o atirador “morreu”. O único onde reinou o victim blaming, já que por oito anos Trump foi repetidamente comparado a Hitler. E, consequentemente, merecedor de um tiro na cabeça.

Tendo esta mensagem sido propagada pelos mais prestigiados jornais, revistas e programas de TV, e por figuras com responsabilidades nas instituições democráticas e na praça pública; tais como Dan Goldman, Maxine Waters, Johnny Depp, Madonna, Kamala Harris, entre outras. Por fim, o único a fazer ricochete e a matar politicamente, não o candidato alvo, mas o do partido adversário.

É caso para dizer: se POTUS é uma profissão de risco, para Trump é (quase) fatal.