Disney passa de prejuízos a lucros no terceiro trimestre fiscal, à boleia do streaming

A Walt Disney passou de prejuízos de 153 milhões de dólares no terceiro trimestre do ano passado para um lucro de 2,842 milhões de dólares no seu terceiro trimestre fiscal, terminado a 29 de junho deste ano.

Segundo os resultados da empresa, apresentados esta quarta-feira, as vendas cresceram 4% para 23,2 mil milhões de dólares, superando ligeiramente as expectativas, que apontavam para os 23,1 mil milhões de dólares.

Uma das novidades deste trimestre é que foi a primeira vez que os negócios combinados de streaming (Disney+, Hulu e ESPN+) registaram lucro. Estes negócios atingiram lucros operacionais de 47 milhões de dólares, um montante que compara com os resultados negativos de 512 milhões do trimestre homólogo. Estes lucros aconteceram com um trimestre de antecipação, uma vez que a Walt Disney só previa lucro para este segmento no quarto trimestre fiscal.

No seu total, os subscritores da Disney+ cresceram 1% para os 118,3 milhões, enquanto os assinantes da Hulu cresceram 2% para os 51,1 milhões. As receitas para o segmento de entretenimento subiram 4% até aos 10,58 mil milhões de dólares

Os bons resultados foram impulsionados pelo lançamento do filme ‘Inside Out 2’, que já arrecadou 1,6 mil milhões de dólares em vendas globais de bilhetes desde junho, e pelo lançamento do filme ‘Deadpool & Wolverine’, que já conta com 850 milhões de dólares em bilhetes em apenas duas semanas.

“Depois de vários anos de fracassos e sucessos silenciosos, a Disney lançou agora, no espaço de um mês e meio, o filme de animação de maior bilheteira de todos os tempos e alcançou a maior estreia de todos os tempos para um filme para maiores de 14 anos”, revela Robert Fishman, analista de media da MoffettNathanson, citado pela “Reuters”.

Por sua vez, o lucro operacional da empresa cresceu 19% para 4,2 mil milhões de dólares em comparação com o período homólogo. Este lucro foi impulsionado pelos resultados positivos da unidade de streaming.

No entanto, nem tudo foi bom neste trimestre para a Disney, uma vez que apresentou um decréscimo de 3% nos lucros do segmento de experiências, que inclui os parques e produtos de consumo, e de desporto atingindo os 2,22 milhões de dólares.

Em comunicado, a empresa aponta para que a moderação na procura observada no mercado durante o terceiro trimestre possa impactar os trimestres seguintes. É esperado que os lucros deste segmento no próximo trimestre recuem em comparação com o período homólogo.

Bob Iger, CEO da empresa, afirmou que “o nosso desempenho no terceiro trimestre demonstra o progresso que fizemos em relação às nossas quatro prioridades estratégicas de estúdios criativos, streaming, desportos e experiências”.

“Estamos confiantes na nossa capacidade de continuar a impulsionar o crescimento dos lucros através da nossa coleção de ativos únicos e poderosos”, sublinha o CEO.