A Digi Communications está a preparar a entrada oficial no mercado das telecomunicações em Portugal e garantiu esta quarta-feira que a estratégia é disponibilizar “serviços justos e com bons preços” que deem resposta à maioria das cidades portuguesas, mesmo sem o protocolo que permite ao cliente ligar-se automaticamente à rede de outra operadora num local que não está coberto.
“Tencionamos lançar serviços na maioria das áreas de Portugal, na maioria das cidades, com a nossa rede própria. Também estamos abertos a utilizar infraestruturas de outras operadoras, no entanto ainda não assinámos esses acordos até agora”, referiu Serghei Bulgac, numa conference call com analistas e imprensa.
“Infelizmente, as propostas que recebemos dos operadores incumbentes não são satisfatórias. Se formos capazes de chegar a acordo para o roaming é algo que estamos interessados em fazer. Em qualquer caso, de acordo com as discussões que tivemos, o cenário principal é avançarmos com a nossa rede própria. Acreditamos que a nossa rede cobre bem o suficiente a população inteira de Portugal”, esclareceu.
Sem apresentar detalhes, o CEO da Digi Communications disse que o processo de lançamento de serviços de telecomunicações em Portugal está nas “últimas etapas” e dará mais informações ao mercado nas vésperas de arrancar a comercialização. “Esperamos que as nossas ofertas sejam atrativas e fazer com que os consumidores mudem para os nossos serviços”, afirmou, acrescentando que a ideia é evitar a fidelização.
Quanto ao processo de aquisição da Nowo, o CEO da Digi garantiu aos analistas e aos jornalistas que serve para ajudar a expandir a quota de mercado e a presença nacional do grupo romeno “de forma mais rápida”.
“Queríamos muito consolidar a frequência móvel, o espectro que a Nowo adquiriu competitivamente em 2021. Em segundo lugar, estamos também a integrar a operação existente de banda larga e cabo. Claro que a Nowo tem uma rede HFC [Hybrid Fiber Coaxial] que terá de ser substituída pela nossa rede de fibra óptica. Mas acreditamos que é uma operação muito sinérgica e que é útil para a nossa estratégia daqui para a frente”, sublinhou Serghei Bulgac.
A Digi Communications tem acordos com a Ericsson e a Nokia para infraestruturas de rede.
As receitas da operadora com sede em Bucareste também aumentaram (+13%) de 809,3 milhões de euros para 918 milhões de euros na primeira metade deste ano. Por outro lado, as despesas operacionais, onde se incluem gastos com Portugal, também cresceram (+10%) para 817,3 milhões de euros.
“Temos receitas que nos colocam numa boa posição para continuar a desenvolver as nossas posições mais além e lançar os novos mercados e serviços em Portugal e na Bélgica no segundo semestre. A jornada tem sido satisfatória até agora e assim esperamos que seja no futuro”, comentou o CEO durante a videochamada de apresentação das contas.
No final de 2021, a Digi Communications entrou em Portugal na sequência do leilão do 5G, através do qual adquiriu lotes de frequências entre os 900 MHz e os 3,6 GHz por 67 milhões de euros. O investimento em Portugal, para os próximos cinco anos, está previsto ser de 500 milhões de euros “ou mais”.
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