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Imposto mundial aos super-ricos poderia arrecadar 1,9 biliões de euros

Estudo do Tax Justice Network baseou-se no imposto espanhol para super-ricos. Aplicado a nível mundial, imposto permitira arrecadar mais de 1,9 biliões de euros.
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19 Agosto 2024, 13h13

Aplicar taxas às fortunas dos super-ricos significaria arrecadar cerca de 2,1 biliões de dólares (1,9 biliões de euros, ao câmbio atual) a nível global. Estas são, pelo menos, as contas do grupo Tax Justice Network, que pegou no exemplo do modelo espanhol, citado pelo “The Guardian”.

Segundo o grupo, esta quantia poderia ser utilizada para financiar a transição climática, uma vez que ainda é um valor elevado.

O modelo espanhol, aplicado sob a liderança de Pedro Sánchez, visa um imposto temporário de solidariedade sobre as grandes fortunas, tendo sido aplicado no final de 2022 e a cobrar em 2023 e 2024. Esta taxa solidária, como o governo de Espanha apelidou, é destinado a indivíduos com património líquido superior a três milhões de euros, estimando-se abranger 0,5% dos mais ricos e arrecadar biliões todos os anos.

O imposto a aplicar, com uma taxa entre 1,7% e 3,5%, a nível mundial significa então uma receita superior a dois biliões de dólares. No entanto, este valor poderá ser superior, uma vez que o estudo exclui isenções do imposto espanhol que poderiam não agradar a todos os países, nomeadamente ações de empresas cotadas em bolsa, propriedade intelectual e industrial e outros ativos de elevado valor, nos quais se incluem jatos e barcos.

Contas feitas à economia britânica, o imposto da riqueza permitiria ao Reino Unido amealhar 31 mil milhões de dólares (28 mil milhões de euros).

Este estudo surge depois das maiores economias mundiais (G20) se terem reunido no Rio de Janeiro para discutir a possibilidade de taxar os super-ricos. Entre as conclusões do relatório encomendado pelo governo brasileiro estão o facto de um imposto mínimo de 2% ser a opção mais indicada para restaurar a progressividade tributária e amealhar 250 mil milhões de dólares (231 mil milhões de euros) anualmente.

Países como Brasil, França e África do Sul mostram-se apoiantes públicos da ideia de um imposto mínimo global a ser aplicado aos ultra-ricos. Portugal mostrou-se aberto à ideia, mas considera que ainda faltam decidir os contornos.

É estimado que existam perto de três mil bilionários espalhados pelo mundo.

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