Agora para a rentrée política que apela pela inovação e criatividade, que tal resgatar um clássico que parece ter caído no esquecimento: o famoso Plano Marshall.
As televisões bombardeiam-nos com imagens de uma crise migratória sem precedentes, mas poucos questionam o custo das políticas em comparação a uma abordagem mais inclusiva e sustentável. O drama dos vistos e das emigrações não é apenas uma questão humana, mas um tema de grande repercussão económica. Será que não seria mais vantajoso investir num “Plano Marshall” para as Áfricas, em vez de lidar com os efeitos colaterais das migrações?
Historicamente, o Plano Marshall revitalizou a Europa pós-Segunda Guerra Mundial, injetando recursos para reconstruir economias e sociedades devastadas. Agora, as Áfricas enfrentam desafios semelhantes: pobreza, insegurança alimentar, desemprego e instabilidade política. A solução está à vista: ao invés de erguer muros para conter a migração, por que não investir em um desenvolvimento robusto que permita aos africanos prosperar em seus próprios países?
Ganhamos todos! O custo desse desenvolvimento seria infinitamente menor do que o desdobramento contínuo de crises humanitárias, onde gastos com controles de imigração e auxílio a refugiados se tornam um buraco sem fundo … ou um grande negócio! Recuso o jogo da ingenuidade… os interesses movem o mundo e o dinheiro acompanha.
É politicamente correcto dizer que a juventude africana crescente, é um activo e um investimento adequado, que poderia transformar o continente em um motor económico, beneficiando tanto as Áfricas quanto o resto do mundo. Fica bem dizer que globalização não pode ser apenas um mecanismo de exploração; é hora de reconhecer o potencial africano e entender que o desenvolvimento sustentável é o verdadeiro caminho para uma paz duradoura e uma economia próspera. E blá-blá-blá…
Sem brincar e sempre a sério perguntamos porque não sabemos… é um melhor negócio construir muros gigantes e colocar cercas elétricas, ou investimentos em projetos que realmente poderiam transformar a realidade das Áfricas?
Quem sabe, esta geração poderia estar a escrever uma nova a história. Um novo plano que abraçasse a parceria, ao invés do medo. Aqui mais à Sul Global, vamos continuar a provocar …e quando ouvirmos alguém a discutir o terror da imigração vamos perguntar: “Por que não um Plano Marshall para as Áfricas?” Afinal, como já dizia o velho sábio, “investe em solução, não em ilusão”.
A autora escreve de acordo com a antiga ortografia.