Não se passa nada a partir dos meados de julho, mais vale esperar por setembro. É o que dizem. Mas, este ano, não podiam ter estado mais enganados.
Em Paris, tivemos uma paródia à Última Ceia, com a nova porteira do Frágil no lugar de Cristo. Depois, foi-se a ver e nós é que percebemos tudo mal. Era a festa do dionísio, pá! Um moinante azul com trombas de estrunfe. Portanto, ficou tudo bem.
Passado uns dias, uma mocinha do boxe arreou forte e feio em todas as moçoilas que apanhou pela frente. Diz que era um moço, afinal. Ganhou o ouro e causou grande indignação. Mas, depois já era mocinha outra vez e tudo bem ficou.
Os olímpicos terminaram e os jogos continuaram. Só que, em vez de mocinhas-moço e estrunfes mitológicos, agora temos Macron a achar que é o Patrão Zidane e a levar baile das esquerdas (des)unidas. Até Bardella já se levantou do banco para fazer exercícios de aquecimento, enquanto Le Pen come pipocas nas bancadas.
Nos EUA, o Presidente Biden, que até há uns meses, nas primárias, tinha suficiente robustez mental para merecer a confiança do partido, foi surpreendentemente fulminado pela demência. Felizmente, para nos defender de Trump, esse fascista antidemocraticamente eleito pelo voto Republicano, Biden acabou por ser substituído na secretaria pela candidata que, nas sondagens de 2020, valia 7% do eleitorado azul, Kamala Harris.
O mundo explodiu de alegria! Nem se pode sair à rua. É só confettis e línguas da sogra por todo o lado. Já ninguém para este contágio de energias positivas. Só a extrema-direita ultrarradical é que, na sua alucinação, espalha fake news que dão alguma vantagem a Trump. Inventam tudo, qualquer dia até inventam que o homem sofreu realmente um atentado. Enfim… até que tenha sofrido, vá, não passou de um atentadozinho de cacaracá.
A propósito de fake news, agosto foi um mês top na censura. Quer dizer, censura não… Proteção democrática da liberdade. Inspirado no European Media Freedom Act, o nosso querido Governo resolveu criar a Estrutura de Missão para a Comunicação Social “doravante designada por #PortugalMediaLab, com a missão de assegurar a coordenação da execução e a monitorização das políticas públicas no domínio da comunicação social”. Como é evidente, só as mentes retorcidas podem temer que volte o lápis azul.
Pelo mundo fora, passa-se o mesmo. Pavel Durov foi detido em França por crimes que, evidentemente, nada têm a ver com o facto de o Telegram não ser uma rede social controlada pela União Europeia. Enquanto isso, o Supremo Tribunal Federal baniu o X do Brasil, e avisa que uso de VPN vai ser punido com multas de oito mil euros ao dia. Já Maduro ordenou o banimento do WhatsApp na Venezuela.
Com tanta liberdade democrática nem sei onde vamos parar. Em Lisboa, a terra até tremeu e tudo. Ou então, foi a loucura desta Silly Season que lhe deu gases.