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Queda do petróleo justificada por abrandamento da procura mundial

Num mês, o brent e o crude desceram 12% e 13% para os 71 e 67 dólares. Relativamente à evolução do preço do petróleo, os analistas da BA&N consideram que o regresso aos 100 dólares “parece nesta altura pouco plausível”, e uma desvalorização sustentada abaixo dos 70 dólares “também é pouco provável, devido sobretudo aos riscos geopolíticos”.
10 Setembro 2024, 14h26

O preço do petróleo tem estado em queda. Num mês, o brent já desceu 12% e o crude já quebrou 13%. Hoje, o brent está a desvalorizar 1,17% para os 71 dólares enquanto que o crude cai 1,24% para os 67,86 dólares. Entre os motivos que justificam a quebra nas cotações está o abrandamento da procura mundial, em particular na China, consideram os analistas da consultora BA&N, que adiantam, ao Jornal Económico, que a evolução do preço fica agora dependente do dinamismo da procura e da resposta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+). Os mesmos analistas preveem que o petróleo nos 100 dólares parece ser uma meta “pouco plausível” e uma descida abaixo dos 70 dólares deve ser “pouco provável”. Analistas internacionais colocam o petróleo a variar entre 60 e os 85 dólares até 2026.

Para os analistas da BA&N Research Unit, a queda do preço do petróleo está ligada ao abrandamento da procura ao nível global, em particular na China, onde a economia “continua a evoluir a um ritmo débil e sem perspetivas de aceleração” no curto prazo.

“Apesar de a OPEP+ ter decidido adiar por dois meses o início da reversão dos cortes de produção extraordinários efetuados nos últimos anos, as expetativas apontam para que o mercado petrolífero persista numa situação excedentária, que se pode agravar em 2025 caso a economia global continue com um crescimento anémico e a economia chinesa não arranque”, referem os analistas da BA&N ao Jornal Económico.

A evolução do preço do petróleo, no entender dos analistas da BA&N Research Unit, vai depender de vários factores, entre os quais o “dinamismo da procura e a resposta” da OPEP+.

No entender dos analistas da BA&N, a OPEP+ enfrentar um dilema. “Se continuar com os atuais níveis de produção vai acentuar a perda de quota de mercado, uma vez que os países não OPEP estão a aumentar a oferta. Se aumentar a produção arrisca exacerbar o movimento negativo das cotações”, consideram os analistas da consultora.

Analistas estão a prever preço do petróleo entre os 60 e 85 dólares

Relativamente à evolução do preço do petróleo, tendo em conta a previsão de vários analistas, pode variar entre os 60 e os 85 dólares, entre 2024 e 2025, tendo em conta a Reuters.

Para 2024, no crude, a previsão de preço mais baixo é do Morgan Stanley que previu, em janeiro, um preço de 71 dólares, e a mais elevada pertence ao Barclays, com um valor de 83 dólares, uma previsão feita em junho.

Para o brent, e para 2024, a previsão do preço mais baixo é do Morgan Stanley, e foi feita em janeiro, e aponta para um preço de 75 dólares. Com o preço mais elevado aparece o Barclays com uma previsão, feita em junho, de 87 dólares.

Com a previsão de preço mais baixo no crude, para 2025, surge o Citi Research que previu, em agosto, um preço de 60 dólares. A mais elevada é de 75 dólares e pertence ao Bank of America e ao JP Morgan, previsões feitas em setembro.

Para os analistas da BA&N, se o regresso [do petróleo] aos 100 dólares “parece nesta altura pouco plausível”, uma desvalorização sustentada abaixo dos 70 dólares “também é pouco provável, devido sobretudo aos riscos geopolíticos”.

Os analistas da BA&N salientam que o Bank of America, em setembro, considerou que “o crescimento da procura deverá abrandar para 1,1 milhões de barris por dia no próximo ano, abaixo dos 1,6 milhões de barris de petróleo adicionais que os países não OPEP deverão colocar no mercado, o que deixa o cartel com espaço de manobra muito reduzido para aumentar produção”.

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