O Governo ainda espera pela avaliação dos custos das energias eólicas offshore. Quando tomou posse, o executivo encomendou um novo relatório ao grupo de trabalho formado para o offshore, pois o primeiro relatório, divulgado em 2023, não continha os custos.
“O Governo aguarda o envio do relatório, que ainda não foi enviado ao governo pelo grupo de trabalho”, disse a secretária de Estado da Energia na quinta-feira.
“Penso que esse envio estará para breve. E, quando tivermos o relatório, então estaremos em condições de tomar decisões, baseadas nos resultados desses resultados”, acrescentou Maria João Pereira em declarações aos jornalistas da conferência Energy 2024, do jornal Eco, que decorreu em Lisboa.
Por outro lado, também disse que ainda aguarda pelo Plano de Afetação de Energias Renováveis (PAER): “Sem o PAER não podemos abrir [o leilão]. Esse é um instrumento também importante. Penso que também em breve, teremos esse novo plano”.
“Depois, com o plano e com o relatório, estaremos em condições de tomar medidas. Definir os gigawatts, áreas e timings. Estamos a trabalhar a todo o gás. Estamos a tentar acelerar processos, mas há passos que são inultrapassáveis e têm de ser feitos com responsabilidades”.
“Precisamos dos números, precisamos dos valores” para “tomar decisões”, rematou a governante.
Em julho, a ministra do Ambiente e da Energia já tinha revelado que aguardava por um relatório com cenários de simulação de custos.
No Parlamento, Maria da Graça Carvalho chegou mesmo a admitir que a potência do leilão pode vir a ser inferior aos dois gigas previstos pelo anterior Governo. Agora, o país pode vir a ter um gigawatt até 2030, e só mais tarde ganhar mais potência.
Na altura, a ministra também revelou que o Governo iria realizar um Conselho de Ministro dedicado a este tema no início de setembro, mas a data já derrapou.
Em julho, o Governo concluiu a revisão do Plano Nacional de Energia e Clima 2030 (PNEC), que esteve em consulta pública e que será remetido à Assembleia da República para ser discutido e votado.
Uma das surpresas do documento foi que o Governo decidiu manter intacta a meta para a energia eólica offshore de dois gigawatts (GW) até 2030.
O anterior Governo tinha a meta de construir 10 gigawatts de eólica offshore, o que representa um investimento entre 30 a 40 mil milhões de euros.
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