[weglot_switcher]

Minsait Payments revela que Portugal supera o resto da Europa no uso de Neobancos

Na Europa, Portugal apresenta um comportamento diferenciado em relação aos seus pares, e quase um terço da população opera com um Neobanco.
17 Setembro 2024, 20h26

A hegemonia bancária está a perder gás no mundo. Apesar de ainda ser dominante a banca tradicional, em termos de Percentagem da População Adulta de Internet Banking (ABI) com pelo menos um serviço financeiro contratado a cada tipo de prestador, verifica-se que os Neobancos estão a ganhar peso.

De acordo com o Relatório Minsait Payments Open Finance apesar de os bancos serem ainda os principais fornecedores de serviços financeiros e de pagamentos o status quo está a mudar em alguns países da América Latina graças aos Neobancos que estão a aumentar a sua presença e a desafiar a hegemonia bancária em países onde já eram muito relevantes, como na Colômbia (onde 79 % da população contratou pelo menos um serviço financeiro junto de um Neobanco) e no Brasil (75%). No Chile, na República Dominicana e na Argentina, entre 30% e 40% da população já reconhece operar com um Neobanco.

Na Europa, Portugal apresenta um comportamento diferenciado face aos seus pares, sendo que quase um terço da população já opera com um Neobanco.

O ranking da Percentagem da População Adulta de Internet Banking (ABI) com pelo menos um serviço financeiro contratado a cada tipo de prestador revela que em Portugal, no ano passado, 31% já usava os Neobancos , acima dos 24% em 2022.

O relatório confirma que a entidade que desperta maior confiança na partilha destes dados continua a ser a banca tradicional, embora Portugal apresente um comportamento diferenciado em relação aos seus pares europeus, e quase um terço da população opere com um Neobanco.

Em Portugal, 47% da população conta com mais do que uma conta bancária, com 24% dos inquiridos a indicar que o faz para não ter todas as suas poupanças numa única entidade, e 18% a revelar que o faz para contratar serviços e produtos financeiros em diferentes entidades.

No entanto, apesar dos reconhecidos benefícios de ter mais do que uma conta bancária, os inquiridos portugueses também apontam obstáculos, nomeadamente a dificuldade em acompanhar saldos e movimentos (16,4%).

O relatório diz ainda que a inovação tecnológica e digital, em conjunto com a inovação regulamentar e a inclusão de novos atores no ecossistema financeiro, promoveram a implementação do mercado aberto (também conhecido como Open Banking ou Open Finance). Neste sentido, 48% dos especialistas do setor considera que o Open Finance será um padrão no mercado antes do ano 2030, enquanto 20% acredita que esta já é uma realidade.

A Minsait considera que a abertura da concorrência, o omnicanal, a ubiquidade e sinergias entre indústrias são os principais elementos que destacam o potencial do Open Finance.

De acordo com a Minsait Payments, um em cada quatro especialistas considera que a proteção de dados e a privacidade são os principais desafios reguladores para a implementação do Open Finance.

Os consumidores europeus estão particularmente relutantes em partilhar os seus dados financeiros, defendem que os benefícios materiais e as recompensas da partilha deveriam ser mais claros.

Na Europa, a resistência à partilha de dados é maior comparativamente com a América Latina, especialmente no Reino Unido.

“Em Portugal seria adequado considerar a incorporação de incentivos associados à oferta de produtos e serviços mais personalizados e adaptados (61,7%), enquanto em Espanha e Itália deveria ser considerado o maior interesse declarado na redução, ou mesmo eliminação, de comissões e despesas de gestão (54,2% e 54,1% respetivamente)”, revela a Minsait.

De acordo com o Relatório Minsait Payments Open Finance, as diferentes taxas de adaptação a este novo modelo, atribuem-se principalmente à falta de disposição do mercado ou às disparidades nos quadros regulamentares, dependendo da região.

Segundo o relatório, em 17% dos casos, existem agendas regulamentares que já incluem a implementação do Open Finance a curto prazo; embora em 13% dos casos ainda não exista um quadro regulamentar expresso que o permita.

Neste sentido, um em cada quatro especialistas aponta que a proteção de dados e a privacidade são os principais desafios reguladores na implementação do Open Finance. Mas a União Europeia  está a apoiar o setor financeiro na criação de um novo quadro, que garanta o acesso seguro e aberto aos dados dos clientes, não descurando os interesses, a segurança e a confiança dos consumidores.

A nova Diretiva de Serviços de Pagamento (PSD3) vai fortalecer ferramentas de controlo de consumidores e empresas.

O novo quadro regulamentar PSD3 irá estabelecer direitos e obrigações na troca de dados de clientes, para fortalecer as ferramentas de controlo à disposição dos consumidores e das empresas. Alguns exemplos disso são a possibilidade de os clientes partilharem as suas informações com os utilizadores, a obrigação dos proprietários dos dados dos clientes em disponibilizá-los aos utilizadores, o controlo total dos clientes sobre o acesso ao conteúdo e a padronização dos dados dos clientes e das interfaces necessárias.

O relatório setorial Minsait Payments Open Finance faz parte do estudo que a empresa apresenta todos os anos sobre Tendências em Métodos de Pagamento, e que é elaborado em colaboração com Analistas Financeiros Internacionais.

Este documento reúne as opiniões de mais de 4.800 utilizadores de internet bancários em Espanha, Itália, Portugal, Reino Unido e América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru e República Dominicana).

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.