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Possível aproximação do Reino Unido à União Europeia será complexa

A mudança de ciclo político no Reino Unido abre a procura por um reajuste da relação do país com o bloco comercial europeu, mas passar das palavras aos atos não será fácil, refere a Crédito y Caución.
18 Setembro 2024, 10h39

De acordo com as previsões da Crédito y Caución, “o PIB britânico continuará aquém do seu potencial em 2024 e 2025 devido a restrições estruturais como o baixo investimento, a baixa produtividade e as barreiras comerciais criadas pelo Brexit. Neste contexto de debilidade económica, a procura de uma relação mais fluida entre o país e a União Europeia, que representa 52% do seu comércio, tornou-se uma prioridade estratégica para o novo governo”.

A mudança de tom em relação à União Europeia é significativa, refere a consultora, “mas passar das palavras aos atos não será fácil face ao compromisso de não reabrir as negociações sobre aspetos fundamentais do acordo pós-Brexit”.

A tónica imediata é colocada num novo acordo alimentar e veterinário “que simplifique os controlos fronteiriços dos produtos de origem animal. Uma relação mais positiva com a Europa neste domínio poderia abrir caminho à facilitação do comércio em outros domínios e à racionalização das cadeias de abastecimento em setores como a indústria transformadora, os serviços financeiros, os serviços digitais, as empresas tecnológicas e a logística, que se contam entre os mais afetados pela situação atual”.

No entanto, os defensores do Brexit foram rápidos a criticar a possibilidade de um novo acordo se isso significar aceitar a supervisão do Tribunal de Justiça da União Europeia. Por seu lado, saliente a Crédito y  Caución, a União Europeia não pode dar um tratamento preferencial a um país que rejeitou as vantagens e obrigações do bloco comercial europeu. Qualquer alteração ao acordo de comércio e cooperação pós-Brexit será lenta, uma vez que terá de equilibrar cuidadosamente os interesses do Reino Unido e dos 27 Estados-membros da União Europeia.

“Para trazer a União Europeia para a mesa de negociações, o novo governo britânico teria de oferecer incentivos claros, mas qualquer indício de um maior alinhamento regulamentar ou de uma atitude mais aberta à livre circulação seria recebido com críticas internas por minar o ideal do Brexit. Ao mesmo tempo, a nova administração do Reino Unido continuará a esforçar-se por concluir novos acordos comerciais com o resto do mundo”.

Um acordo bilateral com os Estados Unidos parece improvável a curto prazo, mas retomará as negociações com países como a Índia, a Coreia do Sul, a Turquia e a Suíça.

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