Quando este texto for lido o FOMC terá decidido a primeira descida dos juros em quatro anos, começando a reposição das taxas em níveis mais normais e consolidando o soft landing da economia americana.
Estava em causa a dimensão da descida, 50 pontos base ou 25. Há um mês os mercados financeiros atribuíam uma probabilidade de 75% a um corte agressivo de 50 pontos, mas a 10 deste mês esta probabilidade já era de apenas dois terços e a 16 de 38%; hoje é 37%.
Portanto, se tudo correr normalmente, temos um corte de 25 pontos. Este corte é necessário, mesmo se a inflação ainda está acima dos 2%, e é o mais prudente. O desemprego, apesar de estar a níveis historicamente baixos (4,2% ), está a subir ligeiramente: era 3,8% há quatro meses e os job openings estão ao nível mais baixo em mais de três anos.
A principal razão porque o corte será menor é porque o FED não quererá passar uma mensagem de excessiva preocupação com a situação económica e esta não é a sua única medida; a redução do balanço do banco central americano é igualmente importante.
Na sequência da crise de 2008 a carteira de ativos financeiros da FED aumentou de menos de um milhão de milhões de dólares para 4,5, e com o COVID para cerca de 9 milhões de milhões.
Agora tem vindo a ser seguida uma estratégia passiva, de não renovação (não aquisição) de títulos que atingem a maturidade, o que já reduziu a carteira a 7,1 milhões de milhões , outro sinal de prudência face a uma alternativa mais agressiva, e que tem pagado.
Agora vamos ter os dois juntos, redução dos juros e da carteira. E a necessidade de uma política económica mais acomodatícia vem também de fora, pois a economia chinesa está a abrandar por força da sua bolha.