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Financiamento climático atinge recorde de 112 mil milhões em 2023

Os bancos multilaterais de desenvolvimento  comprometeram-se com um valor recorde de 125 mil milhões de dólares (112 mil milhões de euros) no ano passado para a ação climática em todo o mundo. Já o financiamento privado global mobilizado quase duplicou para 101 mil milhões de dólares em comparação com 2022.
Flags are seen behind the logo of the European Investment Bank is pictured in the city of Luxembourg, Luxembourg. Reuters/Eric Vidal
20 Setembro 2024, 12h59

Os bancos multilaterais de desenvolvimento anunciaram esta sexta-feira que o seu financiamento climático global atingiu um máximo recorde de 125 mil milhões de dólares (112 mil milhões de euros) em 2023, avança o Banco Europeu de Investimento (BEI).

O valor do ano passado do total de instituições, incluindo o Banco Europeu de Investimento, é mais do dobro do montante de 2019, quando os bancos de desenvolvimento anunciaram a sua ambição de aumentar os volumes de financiamento climático ao longo do tempo na Cimeira de Acção Climática do Secretário-Geral das Nações Unidas.

Já o financiamento privado global mobilizado quase duplicou para 101 mil milhões de dólares em comparação com 2022.

O montante para as economias de baixo e médio rendimento foi de 74,7 mil milhões de dólares, incluindo 24,7 mil milhões de dólares para a adaptação às alterações climáticas.

Deste montante de 74,7 mil milhões, 67%, ou seja, 50 mil milhões de dólares,  destinaram-se à atenuação das alterações climáticas e 24,7 mil milhões de dólares, ou seja, 33%, à adaptação às alterações climáticas.

O montante de financiamento privado mobilizado para este grupo de países foi de 28,5 mil milhões de dólares.

O BEI revela que nas economias de elevado rendimento, em 2023, foram afetados 50,3 mil milhões de dólares. Deste montante, 47,3 mil milhões de dólares, ou 94%, destinavam-se à atenuação das alterações climáticas e os restantes 3 mil milhões de dólares, ou 6%, à adaptação às alterações climáticas.

O montante do financiamento privado mobilizado para os países de elevado rendimento ascendeu a 72,7 mil milhões de dólares.

Financiamento climático em destaque na COP29

O anúncio de hoje surge na véspera da 29.ª sessão da Conferência das Partes (COP 29) da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que se realizará em Baku, no Azerbaijão, em novembro de 2024. Um dos principais resultados da COP29 é aumentar o financiamento global do clima e chegar a acordo sobre o novo objetivo coletivo quantificado em matéria de financiamento do clima.

O Vice-Presidente do BEI, Ambroise Fayolle, afirmou na nota que “quase a meio da década crítica, temos de continuar a trabalhar arduamente se quisermos manter ao alcance o objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5ºC”.

“Desde 2019, os bancos multilaterais de desenvolvimento têm aumentado o seu crowdfunding coletivo ano após ano, excedendo as nossas metas conjuntas” acrescenta Fayolle.

“Além disso, estamos a reforçar a nossa cooperação para maximizar o impacto para as pessoas e para o planeta através de um apoio coordenado a nível nacional para uma transição justa dos combustíveis fósseis e de mais trabalho na adaptação e na gestão do risco de catástrofes” sublinha acrescentando que “antes da COP29, o anúncio de hoje de 125 mil milhões de dólares em financiamento climático envia uma forte mensagem de que o sistema bancos multilaterais de desenvolvimento (BMD) está a cumprir e de que a comunidade global pode contar com os BMD, incluindo o BEI, para acelerar a ação climática global”.

 

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