A gestão do risco está a enfrentar uma crescente complexidade e desafios, conforme destacado no novo relatório “Future of Risk” da KPMG. O inquérito global, que envolveu cerca de 400 líderes empresariais de diversas regiões no primeiro semestre de 2024, revelou que 61% dos executivos preveem um aumento significativo no nível de risco nos próximos três a cinco anos.
Os resultados do estudo indicam que os profissionais de gestão de risco estão cientes da necessidade de enfrentar novos desafios decorrentes de um cenário geopolítico e financeiro incerto e em rápida transformação. A principal preocupação identificada é a adaptação proativa a novos tipos de risco, incluindo inteligência artificial (IA), o contexto geopolítico, reputação, critérios ambientais, sociais e de governança (ESG), tecnologias da informação (TI) e risco cibernético. Além disso, a análise de dados e a utilização de IA para aprimorar a gestão de riscos surgem como uma prioridade significativa.
À medida que as funções de gestão de risco nas organizações enfrentam riscos externos e desafios internos, espera-se que os profissionais se tornem mais produtivos e eficazes. Segundo o estudo, uma expressiva maioria (90%) dos inquiridos acredita que o ritmo de transformação da gestão de riscos, impulsionado pela disrupção tecnológica, aumentou. Desse total, 56% afirmam que esse aumento é acentuado.
O estudo também destaca que os profissionais envolvidos na transformação da gestão de risco reconhecem a necessidade de evoluir na sua percepção do risco. Nos próximos um a três anos, a principal prioridade identificada pelos executivos é a adaptação proativa a novos tipos de risco, como inteligência artificial (IA), geopolítica, reputação, critérios ambientais, sociais e de governança (ESG), tecnologias da informação (TI) e riscos cibernéticos.
Além disso, a pesquisa revelou que 41% dos executivos planeiam destinar mais de metade do seu orçamento para a gestão do risco, nos próximos 12 meses, à tecnologia. Este aumento representa uma mudança significativa em relação ao ano anterior, quando apenas 28% dos inquiridos indicaram a mesma intenção.
Estes resultados sustentam a crescente importância da tecnologia na gestão de riscos e a necessidade de uma abordagem proativa para enfrentar os novos desafios que as organizações encontram num ambiente em constante mudança. A evolução na forma como o risco é percebido e gerido será crucial para garantir não apenas a mitigação de riscos, mas também a maximização de oportunidades no futuro.
O estudo revelou que a inteligência artificial (IA) e a IA generativa são as tecnologias mais populares para a gestão de responsabilidades de risco adicionais. Estas ferramentas emergem como as mais identificadas para investimento por parte das funções de gestão de risco nos próximos três a cinco anos.
A adoção da IA está a permitir que os colaboradores aprimorem suas capacidades de filtrar dados, detectar tendências e sugerir soluções mais eficazes. Essa tecnologia não apenas facilita a análise de grandes volumes de informações, mas também proporciona insights mais profundos e rápidos, ajudando as organizações a responder de forma mais ágil e proativa a novos desafios de risco.
A utilização da IA e da IA generativa, nesse contexto, representa uma evolução significativa na forma como as organizações abordam a gestão de riscos, permitindo uma tomada de decisão mais informada e baseada em dados. À medida que essa tecnologia se torna cada vez mais integrada nas operações de gestão de risco, espera-se que as empresas consigam não apenas mitigar riscos, mas também identificar oportunidades estratégicas que possam surgir em um ambiente dinâmico e em constante mudança.
Os inquiridos do estudo destacaram a importância da colaboração entre a função de gestão de risco e as funções estratégicas, operacionais e financeiras mais amplas dentro das organizações. Um total de 68% dos participantes reconheceu que a integração e interligação dos sistemas, domínios e processos de gestão de risco teve um impacto positivo na eficácia da tomada de decisões relacionadas com a gestão de risco.
No entanto, apesar desse reconhecimento, apenas 46% dos inquiridos consideram que o nível de colaboração entre os diferentes domínios do risco é adequado. Isso sugere que ainda há espaço para melhorias na forma como as funções interagem e compartilham informações.
Além disso, uma maioria significativa de líderes empresariais, incluindo 66% dos CEOs e COOs, bem como 57% dos CROs (Chief Risk Officers) e gestores de risco, acredita que a formação de equipas multifuncionais, juntamente com uma comunicação e colaboração eficazes, é essencial. Essa abordagem é vista como crucial para compreender melhor a probabilidade e o impacto de eventos de grande escala, além de desenvolver maior resiliência e agilidade nas organizações.
Essas descobertas enfatizam a necessidade de uma abordagem colaborativa e integrada na gestão de riscos, onde a troca de informações e a cooperação entre diferentes áreas são fundamentais para enfrentar os desafios complexos e dinâmicos do ambiente empresarial atual.
“Este relatório deixa clara a necessidade de as organizações alterarem a sua perceção da gestão do risco, adotando-o como um catalisador do negócio, que traz valor acrescentado para os vários stakeholders. Tal como mostra o nosso estudo, os executivos já estão conscientes da profunda transformação que terão de fazer nas suas organizações, e já estão a tomar medidas para a enfrentar. Creio que é vital que esta transformação comece no topo, na liderança, e que esta promova uma cultura consciente do risco e que dê prioridade à gestão de risco em toda a organização”, declara João Sousa, Partner de Advisory na KPMG Portugal, no mesmo documento.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com