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Setor petrolífero angolano disponibiliza fundo de um milhão de dólares para agricultura

A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) e o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA) assinaram hoje um memorando de entendimento, que disponibiliza um milhão de dólares (895,6 mil euros) para o apoio agrícola.
Zbynek Burival on Unsplash
23 Setembro 2024, 17h44

A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) e o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA) assinaram hoje um memorando de entendimento, que disponibiliza um milhão de dólares (895,6 mil euros) para o apoio agrícola.

A presidente do conselho de administração do FADA, Felisbela Francisco, que assinou o documento juntamente com o presidente do conselho de administração da ANPG, Paulino Jerónimo, salientou que este acordo vai beneficiar milhares de famílias angolanas que se dedicam à agricultura familiar em zonas rurais.

Felisbela Francisco realçou que a agricultura familiar é um pilar fundamental para o desenvolvimento económico e social do país, desempenhando um papel significativo na redução das importações, na criação de emprego e no reforço da segurança alimentar.

“Dados mais recentes indicam que mais de 80% da produção nacional que chega à mesa de todos os angolanos é proveniente do subsetor da agricultura familiar”, sublinhou a responsável, avançando que o FADA tem potenciado os agricultores com recursos financeiros sob forma de créditos bonificados, através de oito linhas de financiamento.

Já Paulino Jerónimo destacou que a finalidade desta cooperação é contribuir para o fomento de projetos integrados, parcerias técnico-profissionais e a capacitação de técnicos.

Paulino Jerónimo frisou que este instrumento vai regular a relação entre o setor petrolífero e o agrícola onde têm estado a ser implementados projetos, atualmente em curso nas províncias de Cabinda, Zaire e outras.

“O nosso objetivo é, de maneira organizada e estruturada, trabalharmos com o FADA para ajudar o setor todo que é regulado por nós, a direcionar os seus investimentos para o apoio agrícola”, referiu.

Por sua vez, o diretor-geral da Total Energies Angola, Patrick Pouyannés, mencionou que o Bloco 48 “não é um sucesso geológico, mas, graças ao Mirempt [Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás] e à ANPG, é um sucesso social”.

Segundo Patrick Pouyannés, o compromisso da petrolífera francesa com Angola “está para além do petróleo”.

O secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso, ao intervir na cerimónia, adiantou que o setor dos petróleos e o da agricultura têm vários projetos comuns e está em preparação um protocolo de cooperação que deverá brevemente ser assinado.

“Tal como os responsáveis do ministério já se referiram em ocasiões anteriores, estamos a implementar na indústria petroquímica projetos de produção de fertilizantes, utilizando gás natural e abundância de recursos minerais existentes no nosso solo para a exploração de fosfatos”, disse.

José Barroso frisou que a ANPG, no plano da dinamização da vertente dos biocombustíveis, tem estado a fazer um levantamento das potencialidades agrícolas em diversas províncias do país, para garantir a matéria-prima que vai alimentar a produção de energias verdes numa etapa posterior.

“Estamos a falar da possibilidade de o nosso país começar a produzir biocombustíveis, que vão de maneira direta ajudar-nos a reduzir as emissões de gases de estufa, no caso de dióxido de carbono”, salientou.

O governante angolano realçou que o setor autorizou a disponibilidade de um fundo orçado em um milhão de dólares, para financiar projetos que vierem a ser aprovados, com base nos critérios definidos neste memorando.

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