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Ações chinesas em forte alta após Pequim lançar medidas de apoio ao imobiliário

Para reanimar o sector em dificuldades, as autoridades anunciaram no domingo uma redução das taxas hipotecárias para a compra de residências primárias e secundárias.
China
Tyrone Siu / Reuters
30 Setembro 2024, 07h58

Os mercados bolsistas da China registaram hoje fortes ganhos, depois de Pequim ter anunciado novas medidas para reanimar o vasto sector imobiliário, mergulhado numa profunda crise há mais de dois anos.

O Índice Composto de Xangai, a principal praça financeira da China continental, registava uma subida de quase 7%, ao início da tarde de hoje na China. O Índice Composto de Shenzhen, que reúne as grandes empresas de tecnologia do país, registava ganhos de quase 10%. O Hang Seng, índice de referência da Bolsa de Valores de Hong Kong, subia cerca de 3%.

O sector da habitação e da construção representa, há muito, mais de um quarto do Produto Interno Bruto da segunda maior economia do mundo, mas desde 2020 que tem vindo a sofrer com o endurecimento por parte de Pequim das condições de acesso ao crédito para os promotores imobiliários, a fim de reduzir o endividamento.

Esta situação levou alguns promotores à falência, enquanto a queda dos preços e os projetos comprados em planta que ficaram por concluir desencorajaram os chineses de investir em imobiliário.

Para reanimar o sector em dificuldades, as autoridades anunciaram no domingo uma redução das taxas hipotecárias para a compra de residências primárias e secundárias.

As metrópoles de Xangai, Cantão e Shenzhen (no sul) também flexibilizaram os critérios de compra de imóveis.

O otimismo nas praças financeiras chinesas contrasta com a última série de indicadores económicos publicados hoje, que mostram uma recuperação desigual na segunda maior economia mundial.

A atividade da indústria transformadora da China contraiu em setembro pelo quinto mês consecutivo, segundo o Índice de Gestores de Compras (PMI) divulgado hoje pelo Gabinete Nacional de Estatística do país asiático.

O PMI situou-se nos 49,8 pontos, em setembro, contra 49,1, no mês anterior. Neste indicador, uma marca acima do limiar de 50 pontos representa um crescimento da atividade no sector, em comparação com o mês anterior, enquanto uma marca abaixo indica contração.

Na quinta-feira, os dirigentes chineses, incluindo o Presidente Xi Jinping, reconheceram novos problemas para a segunda maior economia do mundo.

Pequim anunciou recentemente uma série de medidas para apoiar a atividade económica. Na sexta-feira, o banco central reduziu as reservas obrigatórias dos bancos, o que deverá injetar cerca de 127 mil milhões de euros de liquidez nos mercados financeiros.

Em 2023, a China registou uma das taxas de crescimento mais fracas das últimas três décadas (5,2%), longe da expansão meteórica que levou o país ao topo da economia mundial nas últimas décadas.

As autoridades continuam a contar com um crescimento de “cerca de 5%” este ano, um objetivo que os analistas consideram demasiado otimista, tendo em conta os muitos obstáculos que se colocam.

Os dados relativos ao crescimento do terceiro trimestre deverão ser publicados em meados de outubro.

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