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OE2025: Petróleo e juros entre riscos para o cenário macroeconómico

A redução do crescimento da procura externa “teria um efeito negativo no crescimento real do PIB, originando um crescimento inferior em 0,5 pp (neste cenário, o crescimento real do PIB não seria de 2,1%, mas de 1,7%)”, indica o Governo.
Portuguese Minister of State and Finance Joaquim Miranda Sarmento (R) leaves after a press conference about the 2025 state budget at the Finance Ministry in Lisbon, Portugal, 10 October 2024. EPA/ANTONIO PEDRO SANTOS
10 Outubro 2024, 20h24

O aumento do preço do petróleo e das taxas de juro de curto prazo são alguns dos riscos identificados pelo Governo na proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), entregue hoje no parlamento.

No relatório da proposta de OE2025, o Governo analisou “o impacto de alguns riscos externos e internos nos principais agregados macroeconómicos e de finanças públicas”, tendo selecionado quatro que teriam os efeitos de maior dimensão.

Os choques consubstanciam, face ao cenário central, uma variação “da redução do crescimento da procura externa em 2 pontos percentuais (pp); do aumento do preço do petróleo (em USD) em 20%; do aumento das taxas de juro de curto prazo em 2 pp e da redução do crescimento da procura interna em 1 pp”.

A redução do crescimento da procura externa “teria um efeito negativo no crescimento real do PIB, originando um crescimento inferior em 0,5 pp (neste cenário, o crescimento real do PIB não seria de 2,1%, mas de 1,7%)”, indica o Governo.

Já um cenário em que “o preço do petróleo se situe 20% acima do assumido no cenário base, de acordo com a simulação efetuada, teria um efeito negativo de 0,1 pp no crescimento do PIB em 2025, em virtude de um menor crescimento do consumo e do investimento, parcialmente mitigado pela redução no crescimento das importações”.

Tal levaria também a um “menor ritmo de redução da dívida pública em percentagem do PIB em 0,1 pp em 2025”.

Quanto a “um aumento das taxas de juro de curto prazo em 2 pp face ao assumido no cenário base teria, de acordo com a simulação efetuada, um impacto negativo no crescimento real do PIB em cerca de 0,2 pp, por via de um menor crescimento do consumo privado e do investimento (em resultado de um aumento dos custos de financiamento), parcialmente mitigado por uma redução do crescimento das importações”.

Finalmente, um “crescimento da procura interna inferior em 1 pp ao estimado no cenário base teria, segundo esta simulação, um impacto negativo de 0,6 pp no crescimento real do PIB”.

O Governo entregou hoje no parlamento a proposta de OE2025, que prevê que a economia cresça 1,8% em 2024 e 2,1% em 2025 e um excedente de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e de 0,3% no próximo.

A proposta ainda não tem assegurada a sua viabilização na generalidade e a votação está marcada para o próximo dia 31, no parlamento.

Se a proposta de Orçamento do Governo PSD/CDS for viabilizada na generalidade com a abstenção do PS ou, em alternativa, com os votos favoráveis do Chega, será então apreciada na especialidade no parlamento entre 22 e 29 de novembro. A votação final global do Orçamento está prevista para 29 de novembro.

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