A BMW defendeu esta terça-feira o fim da proibição de venda de carros térmicos a partir de 2035 na União Europeia. A meta estipulada pela União Europeia está assim a ser abertamente criticada por uma das principais marcas automóveis do Velho Continente.
“Uma correção da meta de 100% elétricos até 2035 iria permitir às marcas europeias estarem menos dependentes da China para baterias. Para manter o caminho do sucesso, é essencial uma orientação agnóstica em termos de tecnologia”, afirmou esta terça-feira Oliver Zipse (na foto), líder da marca premium alemã, no salão automóvel de Paris.
O ambiente na Europa é de “pessimismo” no sector automóvel, afirmou o líder de uma das marcas que tem estado a apostar em automóveis elétricos, citado pela “Reuters”.
As críticas a uma medida castradora para a indústria automóvel europeia têm sido feitas por outras marcas (Volkswagen ou Renault) e também pelo governo italiano que pedem o adiamento ou o fim da proibição temendo o impacto de pesadas multas.
As marcas optaram por cavalgar a onda da transição energética, mas esta nova crítica parece indicar uma mudança de atitude por parte das companhias que estão numa encruzilhada entre as exigências de Bruxelas, incompreensíveis para muitos, a forte ofensiva chinesa nos carros elétricos, que apanhou a indústria europeia desprevenida (carros a preços competitivos e de qualidade), e um consumidor europeu cada vez mais confuso.
Para juntar à confusão, Bruxelas impõe a proibição de carros térmicos a partir de 2035, prejudicando a indústria europeia, mas impõe mais tarifas aos carros elétricos chineses, prejudicando os consumidores europeus.
Em março de 2023, os países europeus aprovaram legislação para garantir que todos os novos carros a partir de 2035 não podem emitir CO2. Esta agenda da Comissão Von der Leyen veio complicar a vida aos produtores europeus, atrasados perante o desenvolvimento chinês, que também controla a cadeia de valor das baterias, um componente essencial nestes veículos.
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