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Produtora de vidro Crisal e Rega Energy assinam acordo para fornecimento de hidrogénio e oxigénio ‘verde’

Com este acordo, a Rega Energy irá fornecer hidrogénio e oxigénio verdes à fábrica da Crisal na Marinha Grande. A produtora de vidro acredita que “desempenhará assim um papel de liderança na descarbonização da indústria”.
16 Outubro 2024, 22h01

Este é considerado um passo importante para a produção sustentável de vidro de mesa em Portugal. A Crisal, única produtora portuguesa de vidro de mesa com sede na Marinha Grande, e a Rega Energy, empresa de energias renováveis com sede em Portugal, anunciaram a assinatura de um acordo de longo prazo para o fornecimento de gases renováveis.

Com este acordo, a Rega Energy irá fornecer hidrogénio e oxigénio verdes à fábrica da Crisal na Marinha Grande.

Este acordo vai contribuir para que a LCGlass (grupo internacional onde a Crisal e a sua parceira neerlandesa, Royal Leerdam, estão inseridas) atinja o objetivo de se tornar um dos produtores de vidro de mesa mais sustentáveis da Europa.

Antoine Jordans, CEO da LCGlass que apoiada pelo seu investidor Anders Invest, vê este acordo como um primeiro e importante passo para a descarbonização da produção de vidro de mesa.

“As circunstâncias de apoio do Governo português e da União Europeia tornam este investimento viável para a Crisal, assim como a parceria com a Rega, com quem estamos entusiasmados em trabalhar neste importante projeto”, diz Jordans.

Thomas Carrier, CEO da Rega Energy, salientou que os produtos “Made in Portugal” são “uma referência de excelência, graças à sua qualidade, competitividade, rastreabilidade e resiliência da cadeia de abastecimento”.

“Em Portugal, os recursos renováveis são abundantes, o vento, o sol e a energia hídrica tornam a eletricidade do país quase totalmente renovável, com uma percentagem de 82% no primeiro semestre de 2024”, acrescenta.

Com a nossa parceria de longo prazo, “a Crisal produzirá de forma mais sustentável, maximizando a eletrificação do seu processo industrial e utilizando o hidrogénio e o oxigénio verdes da Rega Eenergy no consumo remanescente”.

“Na Rega Energy, a nossa missão é apoiar muitas outras indústrias hard-to-abate em Portugal, fornecendo, em última instância, a nossa energia renovável para a produção de alguns dos produtos mais sustentáveis do mundo”, refere.

“Made in Portugal. Made sustainable”, acrescenta.

Acordo acontece no ano em que a Crisal celebra oito décadas. Atualmente, a empresa está a implementar uma estratégia fortemente focada na descarbonização, apoiada pela Anders Invest e pelo Programa de Recuperação e Resiliência de Portugal.

Neste contexto, e durante este ano, a Crisal está a instalar na Marinha Grande um forno de fusão de vidro de última geração, com um nível de eletrificação até um máximo de 80%, o que reduz significativamente a dependência dos combustíveis fósseis, anuncia a empresa.

O restante consumo de gás natural será gradualmente substituído por gases renováveis fornecidos pela Rega Energy.

Por outro lado a Crisal iniciou em agosto a demolição do seu antigo forno regenerativo, que será substituído por um forno oxi-híbrido (combustão com oxigénio).

“Este será não só um passo significativo para aumentar a capacidade de produção e ganhar flexibilidade para atender às necessidades dos clientes, mas também reduzirá o impacto ambiental da atividade da Crisal. Ao aumentar o nível de eletrificação e ao introduzir gases renováveis no processo de produção, a empresa garante que “reduzirá significativamente a sua pegada carbónica”.

Carlos Viegas, Diretor Industrial da Crisal, citado no comunicado realça que “as diretivas e políticas da UE são bem conhecidas, e o objetivo de neutralidade carbónica em 2040 é um desafio para a indústria do vidro, que exige a adoção de novas tecnologias, investimentos substanciais, e uma dose elevada de risco. É uma mudança que está a ser fortemente apoiada pelo nosso investidor, Anders Invest, além de contar com uma ótima colaboração com outros parceiros do projeto”

O projeto de construção do forno oxi-híbrido decorrerá ao longo de 100 dias, passando pelas etapas de drenagem e demolição do atual forno (já concluídas), e pela construção do forno oxi-híbrido, aquecimento, enchimento e conclusão das obras em dezembro de 2024.

“O design do forno de fusão e a tecnologia de combustão utilizada permitirão à Crisal produzir de forma mais sustentável (reduzindo as emissões, o consumo de energia, e melhorando as condições de trabalho)”, diz a produtora de vidro que considera que “desempenhará assim um papel de liderança na descarbonização da indústria em Portugal e na Europa”.

 

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