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Tecnologias de IA, cibersegurança e semicondutores entre os desafios que se colocam às empresas

Estudo da Experis, marca do ManpowerGroup, analisa as tendências que estão a moldar o mundo do trabalho e os desafios que colocam às empresas. Mais metade (56%) dos líderes de IT expressam preocupação de que a IA possa aumentar as ameaças à segurança digital nos próximos dois anos.
Homem & Máquina
17 Outubro 2024, 16h14

A crescente adoção de soluções de Inteligência Artificial (IA), o aumento da oferta de tecnologias e serviços em cloud e os desenvolvimentos em computação quântica estão a criar pressão e dificuldades às empresas, mas também oportunidades, destaca o Global Insights dedicado às Tendências do Mundo do Trabalho em TI da Experis, marca do ManpowerGroup.

A IA está a transformar tarefas repetitivas e a redefinir funções, criando uma necessidade urgente de novos tipos de competências. O que representa uma dificuldade para as empresas. Segundo dados da World Employment Confederation, 78% dos líderes empresariais manifestam preocupações sobre a velocidade com que conseguem formar e capacitar as equipas para lidarem com esta nova realidade.

O mesmo acontece com as tecnologias de Cloud, que já se encontravam em franco desenvolvimento, mas onde o ritmo está a acelerar em consequência da adoção da IA e do Machine Learning. De acordo com a Gartner, o crescimento anual composto para os serviços de cloud pública pode atingir os 19,7%, nos próximos cinco anos. “Para suportar esta evolução, serão necessários profissionais qualificados, não só para construir e manter um número crescente de data centers, como também para construir a infraestrutura necessária para responder às crescentes necessidades de poder computacional desses centros”, diz a Experis.

A computação quântica está a dar os primeiros passos em termos de aplicações práticas, prometendo revolucionar a forma como as organizações gerem big data, impulsionam a IA e enfrentam novas ameaças à cibersegurança. “Esta tecnologia, com o seu potencial de processamento massivo, será um pilar essencial na inovação futura. No entanto, a falta de talento especializado representa um desafio importante à sua adoção e, atualmente, o número de ofertas de emprego que exigem competências em computação quântica supera o número de candidatos qualificados numa proporção de 3 para 1”, justifica a marca do ManpowerGroup.

Tudo somado está a criar novos desafios em torno da cibersegurança. Com efeito, 56% dos líderes de IT inquiridos pela Experis expressam preocupação de que a IA possa aumentar as ameaças à segurança digital nos próximos dois anos, devido à sua capacidade de amplificar e diversificar os ataques. A contínua migração de grandes volumes de dados para a cloud e os desenvolvimentos em computação quântica “colocam também novos e importantes desafios à segurança dos dados, pois potenciam tanto a proteção como a vulnerabilidade dos sistemas”.

Face a estes desenvolvimentos, 69% dos líderes de TI planeiam aumentar os orçamentos de cibersegurança em 2024, revela a Experis. No entanto, o sector enfrenta uma escassez global de profissionais especializados em cibersegurança, que de acordo com o Fórum Económico Mundial, ronda os mais de 4 milhões de profissionais.

Outras tendências: semicondutores

A indústria de semicondutores está a registar uma fase de crescimento acelerado, resultante da necessidade de lidar com processos cada vez mais complexos e em grande escala, capazes de suportar o desenvolvimento de tecnologias emergentes como a IA, 5G e computação quântica. Refere a Experis: “Esse crescimento está também a ser potenciado por novas políticas e grandes investimentos de empresas e governos, que apostam no near-shoring e no re-shoring como forma de responder aos desafios nas cadeias de abastecimento que afetaram este setor em anos recentes”.

A União Europeia tem a ambição de alcançar 20% da produção global de chips avançados até 2030, tendo lançado legislação que promove o investimento de 42 mil milhões de euros para apoiar a produção na UE. O estudo aponta para a necessidade de um milhão de profissionais para suportar o crescimento desta indústria até 2030. “Apesar da escala do desafio, a construção destas instalações avançadas demora anos e isso oferece aos empregadores uma oportunidade única, que não podem desperdiçar, para conseguir formar o talento qualificado de que precisam”, destaca a Experis.

Sustentabilidade: O Futuro Verde do Setor Tecnológico

O mercado global de soluções tecnológicas que visam mitigar o impacto ambiental deverá crescer de 13,76 mil milhões de dólares em 2022 para mais de 61 mil milhões de dólares até 2030.

“Graças à sua posição central na inovação, o sector tecnológico encontra-se numa posição estratégica para enfrentar desafios ambientais, oferecendo soluções que contribuam para a redução das emissões de carbono e otimizem o uso de recursos”

Paradoxalmente, diz a Experis, com a generalização das tecnologias de IA e blockchain e a proliferação de data centers necessários para suportar essas operações, a procura por energia e recursos está a aumentar, bem como número de emissões associadas à tecnologia. O setor deverá ser capaz de gerir o impacto da sua atividade no ambiente e, até 2027, 80% dos CIOs terão métricas de desempenho vinculadas à sustentabilidade das suas operações.

Conclusão – segundo a Experis – das implicações da transição para o mercado de trabalho: 77% dos empregadores no setor tecnológico consideram ou estão ativamente a recrutar candidatos com competências verdes. A pegada ambiental das empresas está a tornar-se cada vez mais relevante na atração de talento: 62% dos trabalhadores dizem considerar a sustentabilidade da organização antes de aceitar uma oferta de emprego. Este cenário, salienta o estudo, “reflete uma tendência crescente no alinhamento entre as metas de sustentabilidade e as exigências de talento, criando oportunidades para empresas que apostam numa visão verde e no desenvolvimento de soluções tecnológicas sustentáveis”.

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