Musk não tem parado. Que remédio, pôs-se do lado de Trump e agora já sabe. Se para, vai preso. É mais ou menos como dizia o outro – quem se mete com os Democratas, leva. Stone e Bannon que o digam. Pior ainda, é dono de uma rede social que permite a liberdade de expressão; um crime que em França já valeu a detenção de Durov, o CEO do Telegram.
Apareceu em Butler com um boné preto e apresentou-se como o lado negro do MAGA, o movimento que proclama: Make America Great Again. É isso que Elon representa. A elite da economia que o mundo financeiro tem silenciado desde que Nixon acabou com o padrão-ouro. Bem como a classe média que sustenta, com o braço do trabalho, a produção industrial e tecnológica. Sem esquecer a agricultura, o comércio e os serviços. No fundo, a gente comum. Farta da inflação e da propaganda que a tenta justificar, enquanto promove a criação de mais biliões e biliões de dólares para a guerra e manutenção de tropas americanas por todos os cantos do mundo.
A luta, claro está, é de morte. E ele bem o sabe. Na Califórnia, já não é preciso ID para se votar. Vale tudo. No supostamente anticapitalista “The Guardian”, sugerem-se 6 passos para cancelar o “incontrolável” Musk, mas nenhum para os impérios da BlackRock e Vanguard. O democrata Keith Olbermann propõe a muito democrática (e legal) decisão de terminar os contratos e deportar o homem. O bilionário serviçal do establishment, Mark Cuban, pede isso e muito mais numa entrevista em que só falta espumar das ventas.
Para os Democratas, nos EUA, todos são bem-vindos. Menos um sul-africano que faça automóveis elétricos de jeito e seja anti-woke. Pior ainda, que tenha fundado empresas desde a Paypal à SpaceX, acreditando mais no poder do indivíduo do que na magia socialista do estado.
Problema maior, porém, não é esse. É Musk defender essa massa imensa de deploráveis, que tanto une ex-votantes de Kennedy como ex-votantes de Nixon. Gente ignorante e desvalida que se atreve a sonhar com uma vida – Deus, pátria, família (porque não, é assim tão horrível?!), propriedade, autonomia, subsidiariedade, individualidade, privacidade, moeda forte, oportunidades e verdadeira liberdade.
Nas próximas eleições, tudo isto estará em jogo. Não só para os EUA, mas para o Ocidente. Por isso, Musk não para. Senão, ainda acaba preso, ou falido. Ele e todos nós.