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Portuguesa Sensei encaixa 15 milhões para abrir mais mil supermercados autónomos

O financiamento, que eleva o montante angariado pela Sensei para 21 milhões de euros, foi liderado pela BlueCrow Capital e contou ainda com a participação de outros investidores nacionais (Lince Capital e Explorer Investments) e estrangeiros, como o fundo de investimento latino-americano Kamay Ventures.
23 Outubro 2024, 07h00

A startup portuguesa Sensei, conhecida na Europa pela tecnologia para supermercados sem as tradicionais caixas de pagamento, anunciou esta quarta-feira que completou uma ronda de financiamento série A, no valor de 15 milhões de euros, para criar mais mil pontos de venda autónomos. O plano passa ainda por entrar noutros países do centro e norte da Europa até 2026, depois da chegada a Itália há precisamente um ano.

O financiamento, que eleva o montante angariado pela Sensei para 21 milhões de euros, foi liderado pela sociedade de venture capital portuguesa BlueCrow Capital e contou ainda com a participação de outros investidores nacionais – Lince Capital e Explorer Investments – e estrangeiros, como o fundo de investimento latino-americano Kamay Ventures, que pertence à Coca-Cola company e ao grupo Arcor.

Mas não foi só: os antigos investidores Techstars Ventures, fundo de investimento norte-americano, e a alemã Metro AG avançaram para reforço do capital e entraram também business angels conhecidos no ecossistema (Diogo Mónica, presidente do unicórnio Anchorage Digital, e João Graça, fundador e CTO da Unbabel). O valor acumulado por todo este grupo permitirá também aumentar a equipa em 30% no primeiro semestre de 2025.

A tecnologia da Sensei permite que os clientes entrem sem qualquer barreira, peguem nos produtos que desejam e saiam, sem a necessidade de terem de se dirigir a uma caixa e/ou de terem de esperar numa fila para pagar. Apesar da experiência estar assente no digital, normalmente existe uma equipa sempre presente e treinada para ajudar e acompanhar o cliente nesta experiência inovadora”, lembra a startup com sede em Lisboa.

A BlueCrow Capital considera que o retalho é um dos setores onde a Inteligência Artificial (IA) tem mais oportunidades de transformação. “A IA, como assistimos nos últimos meses com o sucesso do ChatGPT, em termos gerais, e nos vários setores, está a transformar diversas indústrias”, começa por explicar um dos sócios. No caso específico desta empresa, é a “revolução” que se vê nas nossas cidades, portanto terá sucesso no médio prazo. “A Sensei tem demonstrado ser uma das melhores do setor, tem feito um percurso longo e de grande desenvolvimento nos vários setores associados a esta transformação, com potencial real para liderar o retalho autónomo a nível mundial”, defende o investidor António de Mello Campello.

“Somos obcecados por criar a melhor experiência de loja para cada retalhista com quem trabalhamos. Desenvolvemos uma tecnologia quase invisível que integramos em loja, mas com um impacto gigante no tempo e experiência de compra de cada cliente, e na eficiência da loja e do negócio”, garantiu o cofundador e CEO da Sensei, Vasco Portugal, em comunicado tornado público esta manhã.

Além dos supermercados comuns nos centros das cidades europeias, a Sensei tem desenvolvido o negócio dentro de edifícios de grandes empresas. Por exemplo, em Portugal trabalhou com a Galp para abrir uma loja e cabinets num dos pisos dos escritórios Allo ou com a Brisa nas estações de serviço.

“Acreditamos na equipa liderada por Vasco Portugal para consolidar o crescimento e a presença da Sensei no setor do retalho autónomo, bem como para expandir a solução tecnológica desenvolvida pela empresa na América Latina, consolidando a sua influência no setor”, acrescentou a managing partner da Kamay Ventures, Gabriela Ruggeri.

Fundada em 2017 por Vasco Portugal, Joana Rafael, Nuno Moutinho e Paulo Carreira, a tecnológica tem soluções de software, como perspetivas 360, que permitem detetar prateleiras vazias, ver o espaço que os clientes percorrem no local, perceber se os produtos expostos captam a sua atenção, contabilizar o fluxo de entrada e saída, bem como verificar se as interações dos indivíduos se traduzem em compras. Em Portugal, destacou-se pela colaboração com o Continente para o primeiro minimercado sem caixas do país. Em termos internacionais, tem negócio em Espanha, França, Itália e Brasil.

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